Marçal Neto/Divulgação

A tecnologia está mudando a lógica da informação. Mas a premissa básica dos institutos de estatística continua sendo a sua credibilidade. Na era das fake news, fontes sem lastro comprometem métricas de apuração de coleta de dados, mas é um tipo de problema que colabora para melhorar o IBGE, instituto oficial de manipulação de informações oficiais com fontes como o Banco Central, Ministério do Meio Ambiente e Tesouro Nacional.

A arquitetura do Data Revolution no universo estatístico foi o tema central de Roberto Olinto, presidente do IBGE, na palestra realizada nesta quinta-feira (15), em São Paulo, a convite da Aner (Associação Nacional dos Editores de Revistas). “A internet abriu as portas da curiosidade e temos muito o que fazer com o volume de dados que temos”, disse Fabio Gallo, presidente da entidade.

Para o mercado editorial, ter dados à disposição é fator de diferenciação para a captaçao de negócios e o IBGE incentiva o uso da tecnologia, armazenamento, coleta e transmissão de dados. “Cada vez mais, seja quantitativa ou qualitativa, uma quantidade de informação está sendo oferecida ao público em diversos canais com várias formas de compreensão. A responsabilidade pela informação oficial começa a se deparar com esse ambiente no qual o número enorme de fontes cresceu. Com a tecnologia, o armazenamento de dados passou a ser gigantesco. Porém, essa quantidade aumenta a contestação às estatísticas. O desafio passou a ser como apresentar dados dentro desse cenário de muita informação disponível”, explicou Olinto.

Antes fechado, o IBGE abriu o acesso às suas informações para. “A ideia é que os institutos tenham política de comunicação transparente, até para mostrar qualidade. Esse é um desafio global”, diz Olinto. “O IBGE não tem o monopólio da informação. Trabalhamos com um sistema nacional de estatística, geo dados ou geo ciência. O sistema é coordenado pelo IBGE e o que temos contruído é a integração a partir desse sistema nacional de informação como núcleo de credibilidade desse oceano de discussões de dados, alguns bem estruturados e outros gerados sem metodologia e critério”.

Olinto diz ainda que a adaptação às novas tecnologias é outro desafio. “Não basta colocar um robô, tem que ter metodologia, critério e padrão. A geração de informação de uma companhia telefônica é muito rica, mas o desafio é como o IBGE vai usar essa base de dados para geração de estatísticas. E também das informações das notas fiscais eletrônicas, em fase de negociação”.