Se pudesse dividir a produção audiovisual brasileiro, esta divisão aconteceria assim: antes e depois da Lei 12.485, que estabeleceu, a partir de 2011, um marco legal para a TV por assinatura no Brasil e que foi ainda mais além: garantiu a presença da produção audiovisual brasileira na maioria dos canais. 

Este foi um dos temas da Feira e Congresso ABTA, que termina nesta sexta-feira (1), em São Paulo. Um dos participantes do painel, João Daniel Tikhomiroff, sócio-diretor da Mixer, afirmou que o mercado de audiovisual brasileira está, hoje, passando por uma fase de amadurecimento. 

Marçal Neto/ Divulgação

“Se analisarmos, o nosso mercado ainda é muito recente”, falou. Para ele, a maior relevância da lei foram os resultados, que, de acordo com Tikhomiroff, vieram de uma forma muito mais veloz. 

“É impressionante a audiência do conteúdo brasileiro, isso é uma realidade, a qualidade das nossas produções, dos nossos conteúdos tem se mostrado relevante para o mercado”, destacou. 

No entanto, o sócio-diretor da Mixer pondera. “Mas, apesar de tudo, temo um longo caminho pela frente”, avisou. 

Tereza Trautmann, da CinebrasilTV, defendeu a produção nacional. “O público gosta do conteúdo nacional, ele se identifica com o conteúdo nacional e ele procura por esse conteúdo”, garantiu a cineasta. 

Ainda de acordo com ela, muito esse aumento da procura por conteúdos nacionais tem a ver com a qualidade. “Estamos sempre trabalhando para melhorar. Se fizemos a primeira temporada de uma série e ela foi bem, vamos nos preparar para fazer uma segunda ainda melhor”, exemplificou. 

Outra participante do painel, Daniela Vieira, diretora sênior de conteúdo do núcleo de canais infantis da Turner Brasil, falou que a empresa já vinha investindo em produção nacional muito antes de a Lei 12.485 entrar em vigor. 

“Hoje, 18% da nossa grade de programação é destinada a conteúdos nacionais”, afirmou. “Antes, a gente já fazia produções nacionais, mas a veio para acelerar a capacitação do mercado”, completou a executiva.