“Não sei por que, mas isso me fez chorar de uma maneira positiva”. O primeiro comentário postado no vídeo “Hope is Power” (“Esperança é Poder”) do jornal The Guardian resume bem o sentimento que ele traz a quem assiste.

Assinado pela Uncommon e dirigido por James Marsh (“A Teoria de Tudo”), o filme traz uma borboleta que, contra todas as possibilidades, consegue quebrar o vidro de uma janela e ganhar liberdade.

O filme é cheio de significados. A começar pelo próprio gesto do inseto. Impossível observá-lo e não lembrar da teoria do caos, que diz que o bater de asas de uma borboleta no Brasil poderia causar um tornado nos Estados Unidos.

A letra da canção que faz a trilha da campanha (“Nothing Changes”, de Anaïs Mitchell) também traz uma reflexão. Enquanto você vê a borboleta lutando, a canção diz: “Por que causar problemas? Por que fazer cenas?”, provoca. Por que não?

E trata-se de uma linha criativa provocativa que o jornal segue há tempos. Afinal, a inércia é uma opção, não é mesmo? Mas por que não se mexer e tentar algo como a borboleta do vídeo?

Em 1986, o próprio jornal provocou o leitor a refletir sobre pré-julgamentos baseados em pontos de vistas limitados.

Em 2012, a publicação defendeu que saber todo o contexto de um assunto é importante e, para isso, fez com que Os Três Porquinhos se transformassem em um caso real do mundo contemporâneo.

Agora, o periódico clama que o leitor reflita de outra maneira. Muito mais pessoal. A esperança é o poder, mas não para o jornal e sim para quem opta por sua leitura.

Para quem ainda acredita no jornalismo. Poético? Sim. Efetivo? Esperemos.