A 92ª cerimônia de entrega dos Academy Awards, o Oscar 2020, ocorre no próximo domingo (9), com exibição no Brasil feita pelo canal pago TNT. Na disputa pelo grande prêmio da noite, o de Melhor Filme, há títulos diversos. Drama, aventura, comédia etc. Como estes longas podem inspirar a publicidade? PROPMARK ouviu nomes do mercado em busca da resposta.

“Não é de hoje que as grandes produções cinematográficas inspiram a comunicação de maneira geral”, comenta Denise Plácido, diretora de criação associada da Jüssi. O filme “Coringa”, por exemplo, traz insights inspiradores para a construção de um storytelling impecável e intrigante, segundo a criativa.

“Assim como no longa de Todd Phillips, um filme publicitário requer mais que uma boa história, exige pontos instigantes que possam mesclar o lúdico com a realidade e ainda assim causar uma ação, uma reflexão”, opina Denise. “Diferentemente do que a maioria imaginava, o filme surpreende do início ao fim e não segue os padrões tradicionais de HQ. Isso vale para a propaganda também, que pode ousar e fugir de roteiros clássicos e previsíveis”, complementa.

O longa também foi citado por Andréa Barrios, diretora de atendimento da mcgarrybowen. “Queremos buscar a atuação impecável de Joaquin Phoenix, as mensagens embutidas em cada olhar ou situação de confronto. Assim sendo, o conteúdo que geramos através de nossas campanhas, ideias, memes, apesar de não ter intenções subliminares, devemos cada vez mais termos cuidado com a mensagem a ser exposta, a ponto de evitar interpretações que corroborem com o caos e o incentivem”, analisa.

Ainda sobre a atuação de Phoenix, Denise complementa a fala de Andréa: “não adianta aprovar um roteiro publicitário incrível se o casting não atender a expectativa do projeto”.

No caso de “Era Uma Vez Em… Hollywood” e “O Irlandês”, há outros pontos de atenção para publicitários. “Veja só, em uma época em que os conteúdos que consumimos estão cada vez mais rápidos e instantâneos, como o stories de algum influenciador por exemplo, temos obras de longa duração”, explica Filipe Cuvero, VP de criação da Dentsu Brasil.

“Eles inovam na forma de contar as histórias, com roteiros e técnicas de direção e edição tão atraentes, que o público tira horas do seu dia para apreciar. E eu acho que isso é uma tendência mesmo, um sinal de que as pessoas querem desacelerar, querem curtir mais a experiência, refletir, interagir, quase fazer parte do filme”, analisa o criativo.

“Em nossa indústria também temos a capacidade de criar personagens memoráveis, que são referência para muitos anunciantes e para o nosso mercado”, opina a diretora de atendimento da mcgarrybowen sobre o longa de Quentin Tarantino. “Assim como no filme, sempre tentamos nos superar, buscando inovação, pensando em propaganda para fazer conteúdo, fazendo conteúdo para fazer propaganda, cada vez mais propondo uma conversa com o consumidor”, compara Andréa.

Outro indicado ao prêmio máximo da noite é “1917”, longa de Sam Mendes, que dá a sensação de ter sido filmado em um take único. Para Cuvero, a edição é feita de um jeito brilhante. “Faz parecer que estamos dentro do filme, atrás dos soldados. Acho que as pessoas querem ter mais tempo para viver o momento presente e saber se isso é importante para as ações que desenvolvemos para as marcas”, analisa.

E você? Acha que os indicados a melhor filme possuem lições para a publicidade? Comente.