Divulgação/RedeTV

Ultrapassando a média dos sete pontos de audiência nas noites dos domingos, uma das faixas mais disputadas da televisão brasileira, o “Encrenca” está prestes a completar cinco anos na televisão.

O programa é atualmente um dos maiores faturamentos da RedeTV! e vem conquistando grandes anunciantes como Tim, Grupo Coca-Cola, P&G, Itaú, Netflix, Claro e Ambev.

Liderado pelo quarteto de apresentadores formado por Tatola Godas, Dennys Motta, Ângelo Campos e Ricardinho Mendonça, o formato teve origem no “Quem Não Faz Toma”, no ar desde 2012 pela rádio 89FM.

Ao PROPMARK, Dennys e Tatola falaram sobre a relação com o mercado publicitário e com o público e a respeito do conteúdo do programa, que tem como missão fazer humor para unir a família. Acompanhe:

Vocês começaram no rádio. Além, obviamente, de passarem a trabalhar com a imagem, o que mudou nessa transição em questão de linguagem e conteúdo?
Tatola: Acho que no modo de se comunicar, praticamente nada. A gente é folgado aqui e lá (risos). A brincadeira, o jeito de fazer o programa, é igual. Existe um cuidado com o público dos dois meios, porque o ouvinte da Rádio 89 é diferente do telespectador do Encrenca, na RedeTV!. Na parte visual é o mesmo conceito. O mais importante é que mantemos nossa identidade nos dois canais de comunicação. O grande lance da história toda, e que está presente no nosso trabalho tanto na rádio, quanto na TV, é a nossa personalidade, nossa característica maior de estarmos juntos e sermos amigos. É o que de fato usamos nos dois lugares e define a nossa abordagem. 
Dennys: A TV tem muito do rádio. O Encrenca tem a velocidade do rádio, não da TV. 

O Encrenca está prestes a completar seu quinto ano. Durante esse tempo, o que mudou na relação entre vocês e os anunciantes? 
Tatola: Hoje o mercado publicitário conhece o programa, temos uma aproximação maior com o cliente. O anunciante entendeu a nossa proposta, percebeu que o programa é feito para a família. É um formato que reúne, que aproxima as pessoas. Antigamente o anunciante ainda não tinha absorvido esse conceito. Hoje a marca percebe que a exposição daquele produto ali, no caso da Tim e da Cola-Cola, por exemplo, que estão com a gente desde o início, dá resultado. Os merchans vão variando e têm alguns que estão sempre presentes. É um resultado importante demais para a gente. O produto do cliente tem que virar nota fiscal. A empresa dele quer anunciar e ele quer vender, esse é o grande lance. 

Hoje em dia, quais os formatos para inserção de marcas que o programa oferece? 
Dennys: São inúmeras possibilidades. Tanto na rádio quanto na TV desenvolvemos uma linguagem específica. Na rádio temos, ao todo, cerca de 25 patrocinadores. E cada um tem sua característica. Então com um produto que seria anunciado com aquele texto padrão, que vem do cliente ou da agência, nós fazemos adaptações para o ouvinte absorver a ideia, porque o temos ali é só a imaginação que o rádio remete. Na TV tentamos fazer a mesma coisa inserindo quadros. Por exemplo, o ‘Canteixon’ tem o apoio da Wizard. Nesse quadro nós promovemos um concurso de karaokê em inglês para a entrada do patrocínio. O programa é todo estudado para que o cliente tenha sua marca inserida de forma assertiva. E tem também o merchan tradicional, que tentamos fazer de uma maneira mais leve, como na rádio. 
Tatola: Procuramos desenvolver a ação com uma linguagem nossa, particular mesmo, de um jeito leve e, assim, o telespectador não quer mudar de canal naquele momento, não quer trocar de rádio. É a ideia de incorporar. Acho que o principal é fazer com que o produto seja incorporado ao conteúdo do programa. Isso é fundamental. 

Vocês também fazem parcerias com marcas para as redes sociais do programa ou para os perfis pessoais de vocês?
Tatola: Estamos começando a desenvolver algumas ações nas redes sociais. 

As parcerias vêm via equipe comercial das emissoras ou vocês também estão envolvidos no processo? 
Tatola: É feito das duas maneiras. A TV tem o departamento comercial e a área de Branded Studio, que trabalham as relações comerciais com o mercado desenvolvendo ações e conteúdos exclusivos para cada cliente. Mas nós gostamos de nos envolver. Vamos à Tim, à Coca-Cola, à Swift, à Panini, vamos em todos os lugares. Eu, pessoalmente, não gosto de pegar um texto e só ler aquela mensagem. Gosto de conhecer a pessoa, de saber o que o profissional do marketing da empresa pensa, qual é o objetivo final daquela ação, entender o que foi projetado, porque assim eu consigo colocar alma e verdade no negócio. 
Dennys: Nós frequentamos o lugar do cliente, queremos conhecer as pessoas e entender qual é o objetivo de venderem seu produto com a gente. 

Vocês costumam participar da concepção do que vai ser dito ou postado quando recebem briefings? 
Dennys: Participamos de reuniões com os clientes e com as equipes de marketing para conhecer o produto. O Encrenca registra 8, 9 pontos de audiência no domingo. Isso tem que reverter comercialmente. Pensamos o que podemos montar dentro do programa, de conteúdo, que possa gerar rentabilidade, que gere interesse, então tem todo um estudo realizado em cima da audiência junto com o departamento comercial. 
Tatola: Sim, claro. Nós temos reuniões na TV todas às terças-feiras, não apenas para discutir conteúdo artístico, mas também comercial. 

Qual é hoje o perfil do público de vocês? 
Dennys: São diferentes. Na rádio é uma pessoa já um pouco mais madura, com uma autonomia comercial. A maioria é de 20 para cima, estudante, trabalhador. Tem muito pai que ouve o programa com o filho, executivos, CEO’s. Nós vamos a reuniões com clientes, que acompanham o programa na rádio, ou seja, o cara que pediu para colocar o anúncio lá, é o ouvinte. 
Tatola: Na TV vem a família. A criança de 6, 10, 12 anos, o pai e a mãe. Nós temos uma característica que outros programas de TV com nosso estilo, normalmente, não têm, de aproximar a família. Geralmente, programas nesse formato acabam afastando o adolescente ou a criança. O jovem fica no quarto e a família na sala. A gente conseguiu promover essa junção. O Encrenca é um programa de família mesmo, é um negócio muito legal. Então o foco de venda é muito interessante, porque todo mundo quer viajar, todo mundo quer estudar, todo mundo tem que trabalhar. Com todos ali juntos, reunidos, nós conseguimos apresentar o produto, ampliar o alcance daquela ação e entregar resultados. E eles percebem, ninguém muda de canal. 

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Qual a fórmula para fazer um “humor familiar”? 
Dennys: A fórmula é ter família. Eu tenho um filho de 10 anos e o Tatola também. Ele tem mais dois por aí, mais um por lá… Tatola tem uns oito filhos por aí (risos). 
Tatola: Hahaha mentira, tenho quatro (risos). 
Dennys: O Ângelo também tem filho. Na verdade, todo o grupo é muito ligado à família. Tenho sobrinhas que nos assistem, os amigos do meu filho também, então você entende como os pais dessas crianças pensam. Estamos acompanhando tudo, porque a gente tem família em casa. Muita coisa que trazemos para a TV pegamos com nossos filhos.
Tatola: Os moleques sempre vêm com novidade, trazendo coisa nova, estamos ligados o tempo inteiro. Mas a resposta para a pergunta vem na primeira linha: Nós temos família. 

Empresas como Tim, grupo Coca-Cola, Procter & Gamble, Itaú, Netflix, Ambev e Claro já apostaram em parcerias com o Encrenca. Quem são os parceiros fixos e quais as últimas ativações que fizeram? 
Dennys: Todas elas continuam conosco. A Tim é nossa patrocinadora mais antiga na TV. E tem a Coca-Cola, que vai alternando produtos, mas a ativação continua. Em um domingo é Fanta que está com a gente, na outra semana é a própria Coca. O McDonald’s já fez ativações em produtos específicos que estavam sendo lançados naquele momento. Tem também as parcerias que vão surgindo sazonalmente. 
Tatola: O que o Dennys quis dizer com essa frase bonita ‘surgindo sazonalmente’ são campanhas. O próprio anunciante apresenta a campanha da vez e pensamos no envolvimento. 
Dennys: Um exemplo disso foi a Swift, que queria fazer uma campanha de venda de aves, carnes para churrasco, para a celebração de Natal. Eles fizeram uma campanha no final do ano, de dois a três meses, especifica para aquela proposta. 

Hoje vocês avaliam algum critério antes de se associarem à determinada marca? 
Dennys: Sim! Tem que olhar tudo, não dá para você avalizar um negócio que não concorda, não posso fazer propaganda de um produto que sou totalmente contra. É o que o Tatola falou, a gente quer saber o que o profissional do marketing da empresa pensa para incorporar isso. Eu não posso falar que eu faço um negócio se eu não faço.
Tatola: E outra coisa, tem produto que você percebe que não é o ideal. Enganação não dá. Conseguimos ter tantos anunciantes porque tudo o que nós vendemos é real. Quando desconfio de alguma coisa ou não tem o perfil adequado, procuro não fazer e explicar meus motivos. Normalmente isso não acontece. As pessoas que têm nos procurado, 99,99%, para não dizer 100%, são coerentes e representam marcas que condizem com o que a gente acredita e pode oferecer. 

Do que vocês não abrem mão na hora de fazer um publi ou ativação de marca? 
Dennys: Da entrega que o anunciante está prometendo. Temos um cliente lá na rádio, por exemplo, a Confidence, que vende um negócio impressionante: ele vende dinheiro. Como eu posso falar desse cliente se ele não entregar realmente o dinheiro que ele está prometendo? Não abrimos mão de que aquele produto ou negócio seja entregue do jeito que está sendo dito. 
Tatola: Só para completar: sou um cara que usa. Usei a Confidence pela primeira vez para testar e ver como funciona. Mais do que só falar e só vender é se envolver com o produto. Se não tivermos envolvidos com o produto, vamos fazer o que todo mundo faz: ler o texto, gravar, fazer o merchandising. Aí não é um merchan e você não vai vender, porque não está engajado. E então você será só um cara que lê o texto com uma carinha bonita na tela – que não é o caso do Encrenca. Carinha bonita a gente exagerou (risos). 

Em meio a um cenário social polêmico, vocês evitam determinados temas ou posicionamentos que possam gerar controvérsias com parte do público ou com anunciantes?
Tatola: Estamos vivendo num país muito dividido. Tentamos colocar a coerência e nunca o radicalismo. Acho que o meio termo dessa história toda é que está faltando no país um pouco de compreensão, de tranquilidade e de respeito. 
Dennys: Nós optamos por ser uma opção simples, ser a válvula de escape no domingo. Não estamos falando nada de ninguém, só queremos divertir a família.