Foi-se o tempo em que os anunciantes precisavam escolher investir seu budget em apenas uma cesta. Com as vantagens da complementariedade dos meios, a antiga batalha entre a mídia tradicional e a tecnológica deu espaço a um cenário de colaboração em busca de um objetivo comum: os bons resultados do cliente.

O assunto foi tema do  painel “Phigital: como o mercado está equilibrando o mundo físico com o digital?”, nesta quinta-feira (19), em São Paulo, durante o 3º Print Summit. O debate teve participação de Dudu Godoy, vp executivo da NBS e presidente do Sinapro-SP, e Glaucio Binder, presidente da Binder Comunicação e da Fenapro, com moderação de Alexis Pagliarini, superintendente da Fenapro.

Alê Oliveira

Os profissionais discutiram como tem sido o processo criativo em suas agências e como lidam com possíveis preconceitos em relação às mídias tradicionais. “Há até pouco tempo havia dois preconceitos: o profissional de criação formado para os meios antigos tinha preconceito com tudo que estava sendo feito para os meios atualizados. Até por instinto de sobrevivência. E vice-versa com os profissionais formados para criar no digital”, destacou Binder.

Alê Oliveira

“Isso evoluiu de tal forma que ambos agora percebem que tudo é importante e está em função da boa ideia. A colaboração é essencial em todas as áreas. O preconceito foi substituído pela colaboração”, falou. Para Godoy, o preconceito pode vir do próprio cliente, mas cabe às agências discutir com embasamento técnico qual é a melhor estratégia para seus objetivos. Em muitos mercados, ainda que sua atuação seja no digital, a estratégia vai pedir impresso, TV ou rádio pela entrega que eles oferecem.

Alê Oliveira

Como exemplo, o executivo lembrou de cases como o site Bom Negócio.com, que ganhou destaque na mídia com o conceito “sabe de nada, inocente”. Apesar de a empresa ser essencialmente de vendas digitais, foram as campanhas de TV com personagens como Compadre Washington, do grupo É o Tchan, que alavancou o negócio.

O mesmo vale para o aplicativo de pedido de comida delivery online iFood. “Pegamos a conta com o iFood entregando 5 mil refeições por dia. Após trabalho intenso em campanhas de TV e print entregamos a conta com mais de um milhão de refeições por dia. Como? Televisão aberta e print”, lembrou o executivo. “A gente não deve vender o print, valorizar o print em detrimento de outras mídias. Mas inserir a importância dele no contexto da vida das pessoas. Não é uma batalha de um meio contra o outro. O digital faz parte da vida, não tem como voltar atrás. A questão é valorizar o que cada mídia entrega”, finalizou Godoy. 

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