Os 50 anos da TV Cultura, celebrados em 2019, também marcam o momento de renovação de seus líderes, e consequentemente, da própria emissora. Nesta quarta-feira (22), o governador João Doria anunciou mudanças para a modernização de gestão da TV e da rádio Cultura, ambas mantidas pela Fundação Padre Anchieta. Encerrado o mandato de Marcos Mendonça para a presidência executiva da entidade, o jornalista e advogado José Roberto Maluf assume o posto a partir de 14 de junho.

Para a presidência do Conselho de Gestão da TV Cultura,  José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, foi nomeado para a função. Ao lado dos demais conselheiros, tais como  o cineasta Bruno Barreto, Ricardo Scalamandré e Marcelo Duarte, ambos ex -TV Globo, entre outros, Boni vai atuar em parceria com o Conselho Curador no desenvolvimento de estratégias para os negócios da emissora de TV. Para a presidência do Conselho Curado, foi indicado o profissional de marketing e comunicação Antônio Prado Jr.

Alê Oliveira

Durante a coletiva de imprensa, muito se falou sobre uma “nova TV Cultura”, que apesar de já ter alcançado um status satisfatório na qualidade de programação, tem como desafio se tornar menos dependente do investimento público. Até o momento, 2/3 dos gastos com a emissora são provenientes do governo do estado de São Paulo e apenas 1/3 vem de receita própria.

A principal investida nesse sentido será no processo de internacionalização da TV Cultura, com a venda de formatos para outros países e a expansão da linha de licenciamentos de suas atrações. Cocoricó e Castelo Rá-tim-bum, por exemplo, são cases bem-sucedidos. Ainda durante a coletiva de imprensa, Boni ressaltou o momento desafiador do mercado de TV frente a ascensão de plataformas de OTT (Over-The-Top), como Netflix, e a necessidade de se inserir nas plataformas digitais com mais propriedade.

Alê Oliveira

Os investimentos na programação infantil, carro-chefe da TV Cultura, também foi outro tema discutido. Em meio aos investimentos praticamente inexistentes dos canais lineares de TV aberta no segmento, a TV Cultura seguirá apostando no formato como base para a promoção de educação, cidadania e informação, como adiantou o novo presidente, José Roberto Maluf.

“As TVs lineares não apostam mais na programação infantil porque do bolo publicitário, a fatia dessa programação não passa de 1,5%, então mal tem receita publicitária para pagar essa conta. Mas a TV Cultura não está preocupada em somente isso. Vai buscar novos produtos, se puder comprar, vai fazê-lo, mas melhor se puder produzir. Temos um histórico de produção de primeiríssima linha de programas que estão no ar até hoje e são disponibilizados para outras emissoras no Brasil e no exterior. Se possível, vamos incentivar a produção infantil, mesmo sabendo que ela não tem o resultado comercial”, declarou o executivo.