MinC e Ancine investem R$ 205 mi em produção e distribuição de filmes e séries
O Ministério da Cultura e a Ancine (Agência Nacional do Cinema) anunciaram nesta quarta-feira (16), no Rio de Janeiro, a replicação das quatro linhas de investimento do FSA (Fundo Setorial do Audiovisual) para projetos de produção e distribuição de longas-metragens e produção de séries de televisão. O volume de recursos é de R$ 205 milhões, valor que já é superior à média captada por meio das leis de incentivo nos últimos anos.
“O Fundo Setorial do Audiovisual se consolida como o principal mecanismo de fomento à indústria audiovisual no Brasil”, declarou a ministra da Cultura, Ana de Hollanda. Somente na Linha A, voltada à produção de longas-metragens, R$ 90 milhões serão disponibilizados em 2012.
Uma novidade deste ano é que os recursos passam a ser divididos em duas modalidades de investimento: R$ 50 milhões para aporte na produção, mediante concurso, e R$ 40 milhões para aporte na complementação, em fluxo contínuo (os projetos serão analisados à medida que forem apresentados ao Fundo do Audiovisual). O objetivo é conferir um tratamento mais equilibrado a projetos que se encontram em diferentes etapas de produção e induzir o planejamento mais adequado da ocupação do mercado. Em chamadas anteriores essa linha contemplou filmes como “Chico Xavier”, “Xingu”, “Heleno”, “Bruna Surfistinha” e “Corações sujos”.
Com R$ 55 milhões disponíveis para investimento na produção de obras para televisão aberta e por assinatura, a Linha B passa a ser executada em fluxo contínuo. O novo sistema de operação vai permitir a emissoras e programadoras de televisão planejar melhor suas grades de programação. Outra novidade é que passa a ser permitida a apresentação de propostas de documentários com duração mínima de 52 minutos, além dos projetos de obras seriadas.
“As cotas de conteúdo nacional instituídas pela nova Lei da TV Paga criaram uma extraordinária oportunidade para que o Brasil produza mais obras audiovisuais. Por isso, o Comitê Gestor do fundo decidiu aumentar em quase 200% os recursos da Linha B em relação à última chamada pública, quando foram oferecidos R$ 20 milhões”, observa o diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel. Entre as produções contempladas em anos anteriores estão a série animada “Meu amigãozão” e a séries de ficção “Julie e os fantasmas” e “Caco e Dado”.
Um total de R$ 50 milhões, o dobro do oferecido na última chamada pública do FSA, estarão disponíveis para as distribuidoras independentes brasileiras na Linha C. Os recursos deverão ser aplicados na aquisição de direitos de exploração de longa-metragem nos diversos segmentos de mercado, visando à sua distribuição. Essa linha, que já viabilizou a exibição de filmes como “O palhaço”, “De pernas pro ar” e “Cilada.com”, também passa a ser executada em fluxo contínuo. A Linha D, que já contemplou filmes como o documentário “Onde a coruja dorme” e “Uma professora muito maluquinha”, conta com R$ 10 milhões para operações de investimento na comercialização de longa-metragem nas salas de cinema.
Para Manoel Rangel, o FSA está mudando a lógica do recurso a fundo perdido na política pública para o audiovisual no Brasil: “O Fundo Setorial do Audiovisual convida os agentes do mercado para parcerias nas quais os riscos são divididos. O sucesso e a aceitação desse modelo podem ser verificados pela quantidade e pela qualidade das propostas recebidas a cada ano”.