Mirando no estilo de rua, Kenner amplia presença em São Paulo com collabs
Símbolo carioca reforça relação com a periferia e aposta em parcerias com marcas paulistas
Fundada em 1988 no Rio de Janeiro, a Kenner surgiu com a proposta de calçados inspirados nas praias, mas com o tempo dominou as ruas, principalmente como item de desejo e moda nas favelas cariocas. A partir daí, a marca vem se reinventando para traduzir a presença nesses territórios por todo o Brasil.
Por meio de colaborações estratégicas e ativações, os recentes lançamentos miram em São Paulo. “A gente é muito forte no Rio, no Norte e no Nordeste. Em São Paulo, a Kenner já é bastante conhecida nas favelas e periferias. Mas o que queremos com esse movimento é que cada vez mais pessoas conheçam a nossa sandália”, afirma Lucas Rodrigues, coordenador de branding e estratégia da Kenner.
Uma das iniciativas é a parceria com a The Saint, marca que atua na intersecção entre moda e cultura urbana. Juntas, as marcas assinam uma edição especial da sandália Rakka, um dos modelos mais tradicionais da Kenner, agora em tons sóbrios e ‘futuristas’.
O lançamento foi celebrado em evento aberto ao público na flagship da marca paulista, na Rua Oscar Freire, com show da DJ Peroli.
A novidade mais recente, lançada nesta semana, é a colaboração com a Ovni, estúdio de Belo Horizonte com atuação em São Paulo. A parceria marca a estreia da primeira sandália fechada da Kenner, com modelos que apostam na estética puffer. O lançamento incluiu um evento na loja Working Title, com DJs convidados e uma conversa sobre o impacto do funk e da música eletrônica no streetwear.
“Se eu te contar que essa sandália fechada está sendo desenvolvida há quase dois anos, você acredita? (risos) A Kenner tem essa coisa de unir o estranho ao belo. É um produto disruptivo, feito com muito cuidado e que carrega a nossa essência. E também mostra um novo caminho de design e possibilidades para a marca”, compartilha Rodrigues.
"A favela e a rua, ao longo desses trinta e poucos anos, fizeram a marca acontecer"
Para o coordenador de branding, sem lojas próprias, os eventos se tornaram uma peça-chave para a aproximação do público, pois são “uma oportunidade de abraçar, estar perto e se posicionar como uma marca que apoia a cultura, música, esporte e apoia a arte”.
“Assim, a gente durante muito tempo não esteve ali nos eventos. Agora, voltar para a rua é essencial para a gente ver as coisas acontecendo, porque a rua muda muito, a rua está sempre ali. Então a queremos estar na rua nos eventos justamente para nos posicionar como marca, para ficar ao pé e para estar perto do nosso público como um todo”, explica.
Apesar da sua origem não ter como público-alvo a favela, foi na favela que a marca furou bolhas e como o próprio Lucas aponta, consolidou uma identidade para a marca. “Ela [Kenner] nasceu para ser ‘a sandália do surfista’, essa história é muito louca. Só que assim, a rua dita tudo, né? Então quando a gente olha hoje essa sandália sendo ícone em todas as favelas do Brasil, em todas as periferias de norte a sul, a gente vê a força da cultura de favela mesmo, né? Isso é uma coisa que a gente olha com muito carinho e é uma coisa que a gente acredita muito”, destaca.
“Acho que o nosso movimento de estar ali perto da cultura e das favelas é muito de devolver... Eu costumo dizer que a marca sempre existiu independentemente da própria marca, né? Porque a favela e a rua, ao longo desses trinta e poucos anos, fizeram a marca acontecer”, finaliza o executivo.