Mobi.life investe em jogos
A Mobi.life, agência especializada em soluções para plataformas móveis do grupo E.life, tem investido em um novo formato para levar as marcas e suas mensagens aos consumidores: os games. Em parceria com a Manifesto Games, a empresa tem oferecido a inclusão de jogos e branded games no plano de comunicação dos clientes, além de espaços publicitários na rede de jogos da Manifesto.
As demandas por esse tipo de conteúdo se tornaram constantes nos últimos meses, de acordo com Fernando Hasil, coordenador da Mobi.life. O contato com a Manifesto era antigo, mas, devido ao crescente interesse das marcas pelos games, as empresas decidiram fechar a parceria. A partir daí, a agência vestiu a camisa dos jogos. “Fizemos um grande esforço comercial apostando que isso [os jogos] seria uma realidade. Antes fazíamos muitos aplicativos sob demanda, mas não oferecíamos games, e a as marcas começaram a se interessar mais por isso. Teve o lado da demanda do mercado e o nosso lado de apresentar games como mais uma possibilidade para as marcas”, explica o executivo.
Ele ainda lembra que o interesse não é só por branded games, mas pelos jogos como mídia. “Hoje em dia não adianta mais fazer um aplicativo e não divulgar. A mídia é fundamental para isso e a ad network dentro dos games é uma forma de divulgar um produto ou uma marca.”
A Manifesto, cuja parte no negócio é o desenvolvimento dos jogos, já tinha experiência no assunto. Fundada em 2004, a empresa criou games para celular que somam até 20 milhões de downloads. Mas o mercado publicitário também se mostrou uma seara a ser explorada e o estúdio se especializou em games para marcas, tendo em seu portfólio jogos para anunciantes como Visa, Goodyear e Fiat.
As razões para que as marcas apostem nos games são a interatividade e o tempo gasto pelo consumidor em contato com elas. “A principal diferença dos jogos para as outras mídias é o tempo de exposição dos usuários, uma média de 5 a 35 minutos, ou seja, um tempo de exposição muito alto. Esse tempo permite que você consiga passar mais informações sobre posicionamento e valores da marca. Além disso, é um momento em que a marca pode se aproximar do usuário em situações mais divertidas e únicas”, diz Vicente Vieira, gerente de negócios da Manifesto.
As empresas se apoiam em números para oferecer esse tipo de serviço. Segundo dados de 2013 da Newzoo, empresa que faz pesquisas na indústria de games, o segmeno mobile responde por 18% do mercado de jogos eletrônicos, que movimentou US$ 70,4 bilhões no ano passado. De 2012 para 2013, o crescimento do mobile nesse universo foi de 35%. Além disso, outra empresa de pesquisas, a Flurry, aponta que, nos Estados Unidos, 67% do tempo que os usuários passam com seu tablet é gasto com jogos. Nos smartphones, o período é menor, mas ainda assim significativo: 39%. Como o número de pessoas com acesso a dispositivos móveis é cada vez maior, a parceria visa justamente a exploração desse segmento. “A maior parte do tempo gasto nessas plataformas é para jogar, e por isso não faz sentido uma marca não considerar um jogo em sua estratégia. Existe ainda um gap grande na relação entre tempo gasto pelo usuário nessas plataformas e o investimento direcionado a elas, então existe muito espaço para oportunidades”, analisa Vieira.
Os jogos oferecem oportunidades diferentes para a marca, como a exposição dentro do game para aumento de awareness ou o direcionamento do usuário para determinada página de compra ou instalação. Em qualquer uma das ocasiões, ela é parte importante no desenvolvimento do game, uma vez que é a responsável por comunicar sua mensagem, seu conceito e seus objetivos de negócios às empresas que produzirão o jogo. Segundo Hasil, “a marca direciona o que faz mais sentido para ela e aí criamos as possibilidades” dentro do briefing. Um projeto completo, com versões para desktop, tablet e smartphones, demora em torno de 3 a 4 meses para ser concluído e custa em torno de R$ 100 mil.
Apesar da crescente demanda, porém, o coordenador da Mobi.life diz que o potencial dos jogos não é amplamente explorado, pelo menos no mercado brasileiro. “O trabalho de catequização ainda acontece. Há marcas que ainda resistem em investir em games dentro de sua estratégia”, afirma ele. Por isso, parte dos esforços da agência está concentrada na divulgação da rede de jogos da Manifesto como plataforma para anúncios, uma forma de introduzir os games de uma outra maneira nos negócios dos clientes. “O mercado brasileiro tem algumas ad networks, mas não nos games. Identificamos esse nicho e estamos apresentando-o como uma mídia complementar”, conclui.