Modelo de remuneração das agências é debatido pelo Sinapro/PR
O superintendente da Fenapro, Alexis Pagliarini, e o presidente do Cenp, Caio Barsotti
Cerca de 50 representantes de agências filiadas acompanharam a rodada de palestras que o Sindicato das Agências de Propaganda do Paraná (Sinapro/PR) promoveu nesta quarta-feira (14), em Curitiba, com o apoio da RedHook.
O presidente do Conselho Executivo das Normas-Padrão (Cenp), Caio Barsotti, e o superintendente da Federação Nacional das Agências de Propaganda (Fenapro), Alexis Pagliarini, falaram sobre o “Modelo de Remuneração da Publicidade Brasileira” e “Preço X Valor. Chegou a hora dessa gente criativa mostrar seu valor”.
Pagliarini falou sobre a reelação entre preço e valor que nunca foi tão questionada quanto atualmente. O maior desafio das agências, segundo ele, é o de atribuir valor àquilo que se entrega ao anunciante. Segundo Pagliarini, as agências sofrem o grande mal da discrepância entre preço e valor e é preciso encontrar uma forma de mostrar ao cliente a importância do seu serviço e do que é entregue como resultado final.
Na opinião de Pagliarini, o sistema de comissionamento vigente gerou uma acomodação das agências quanto à devida cobrança de seus serviços fundamentais. “Quanto ao preço, nós estragamos tudo”, brincou Pagliarini. “Atribuiu-se, por meio de uma remuneração exclusiva da mídia, a concordância em entregar todo o restante de forma gratuita”, disse.
O atual momento de retração econômica pode ser de oportunidade, onde as agências devem pensar de forma ampla para levar um mix de soluções ao cliente. “As agências não podem ser mais vistas como simples fazedoras de anúncio, mas que possuem papel fundamental no planejamento estratégico das marcas”, comentou.
O presidente do Cenp, Caio Barsotti, explicou sobre a atuação da entidade e a importância da autorregulação como prática de cidadania e fruto do amadurecimento do mercado. De acordo com ele, a missão do Cenp é ser um centro referencial de informações de normas relacionadas às relações comerciais da publicidade brasileira, acomodando e respeitando anseios e demandas tripartites: anunciantes, veículos e agências.
Segundo Barsotti, o modelo de trabalho e de remuneração da publicidade brasileira, único no mundo, permite a pluralidade e a multiplicidade de meios e veículos, garante a liberdade de expressão editorial e comercial, incentiva a concorrência entre os players e assegura a finalidade dos serviços publicitários. “Nosso modelo é complexo, mas harmônico, resultado de uma combinação entre os marcos legais e as normas padrão convencionadas”, disse.