More Grls propõe cartilha coletiva para contratações mais diversas
A contratação, retenção e promoção de talentos estão no centro dos debates
no mercado de comunicação, sobretudo, num momento em que são cobrados cada vez mais desempenho e resultados. Mas nessa equação devem passar também elementos como igualdade de oportunidades e diversidade. Essa é a aposta do More Grls, organização sem fins lucrativos que promoveu na semana passada, em São Paulo, o evento Escuta as minas da comunicação.
Com apoio do Spotify, o evento teve como objetivo reunir alguns dos principais líderes de agências, anunciantes e de entidades para que, juntos, elaborem uma cartilha com as melhores práticas e diretrizes para contratações, fomento de lideranças e encaminhamento para mentorias.
Segundo Laura Florence, CCO da Havas Health & You e cofundadora do More Grls, ao lado de Camila Moletta, a iniciativa é importante porque servirá como norte para as agências que estão começando na jornada de inclusão. “Muitas ainda não sabem por onde começar. Ter um norte ajuda a acelerar um ambiente mais equilibrado e a colocar as coisas em prática”.
O documento será criado com base nas discussões do debate e validado com as agências. A ideia é disponibilizá-lo gratuitamente em ambiente digital o quanto antes. “A adesão não é compulsória. Sabemos que essa primeira versão não vai ser perfeita, e talvez precise ser revista em breve porque as coisas mudam rápido, mas começar é importante”, explica Laura.
Entre as propostas para a cartilha, a executiva explica que serão priorizadas ações voltadas para empoderar líderes mais diversos. Isso porque já estão bem encaminhadas as iniciativas de inclusão na maioria das agências para a contratação de estagiários e para cargos com salários menores. Nas posições de liderança, no entanto, o cenário é mais resistente a mudanças, com baixíssima presença de mulheres, negros e outras minorias.
Outro detalhe da cartilha será o de trazer insights para os processos de seleção. A ideia é sugerir critérios de contratações mais flexíveis. “Quais serão os soft skills do futuro? E quais não merecem tanto peso? O inglês, por exemplo, não pode ser mandatório para pessoas se pensarmos em acolher profissionais com perfil socioeconômico distintos. O idioma pode ser aprendido, já a vivência, isso você não dá para cobrar de uma pessoa que não viveu”, esclarece Laura.