Mulheres não se identificam nas propagandas das marcas
As marcas não sabem se comunicar com as mulheres, principalmente com aquelas que já não estão na faixa de idade das “jovens”. Essa foi a conclusão geral da mesa “mulheres com asas: a relação das marcas com o universo feminino”, que contou com a participação da jornalista Monica Waldvogel, da atriz Maria Fernanda Cândido, e da artista plástica Marilu Beer, além da cineasta Paula Trabulsi e da chairman da BCMA South America, Patricia Weiss, fundadoras do coletivo internacional de inteligência criativa asas.br.com.
Logo no começo, Marilu Beer se queixou de que a maioria das marcas, inclusive as femininas, ignoram as consumidoras mais maduras e que tem dificuldade para encontrar produtos que atendam ao estilo e conceito de uma mulher com idade mais avançada. “Só fazem as coisas pensando nas jovens”, criticou.
Marilu Beer
A reclamação abriu caminho para que as demais participantes do debate abrissem o verbo contra as empresas. Monica Waldvogel foi uma das mais críticas. “Vocês (marcas) não sabem retratar a vida das mulheres que trabalham o dia todo e no fim do dia tomam uma cerveja com as amigas. As propagandas quase sempre são estereotipadas. As próprias cervejarias não sabem fazer isso. E acredito que o dia em que as cervejas reproduzirem um comportamento diferente das mulheres nos comerciais, as outras empresas vão acompanhar e fazer o mesmo”, disse. “O problema é que às vezes até criam um comercial diferente (as cervejas), mas aí chega o verão e voltam a fazer tudo igual”, pontuou a jornalista.
Monica Waldvogel
Patricia Weiss também liderou a crítica com uma análise sobre como as marcas atuam em relação ao tema. “Principalmente no Brasil, as empresas sobrevoam, mas não aterrissam nas causas”, afirmou.
Patricia Weiss