Na balada do louco

Com todas as mudanças em curso ao redor do mundo, empreender deixou de ser uma opção para ser uma necessidade. Afinal, são milhões de trabalhadores deixados à margem pela revolução digital que estamos vivendo. Aplicativos, softwares, automação, todos os dias surgem novidades com potencial para eliminar milhares de postos de trabalho. E se alguém ainda duvida do que está por vir, basta olhar para as previsões: sete em cada dez cursos de nível superior deixarão de existir em um intervalo menor que 20 anos.

No empreendedorismo pode estar a solução. Mas empreender é se arriscar. Deixar a zona de conforto e apostar em um sonho. Alguns, como eu, trazem isso em seu DNA. Outros estão sendo empurrados para isso. Um conselho? Tenham calma, não é o fim do mundo. Empreender pode ser libertador. Exemplo de pessoas que se viram forçadas a mudar e buscar uma nova fonte de renda que não um emprego, estão por todos os lados. Seja em um motorista de Uber a um microempresário, a satisfação de descobrir que existem alternativas à CLT e, melhor, que elas podem te trazer realizações, é demais. Falo com a experiência de quem largou um emprego em um banco para montar uma startup de compra coletiva há oito anos, o TripClube.

O projeto era bem modesto: eu, um computador e um quarto. Do outro lado, o Luciano Huck, o Peixe Urbano e o Groupon. Você deve estar pensando que ninguém em sã consciência faria isso. E daí vem a primeira lição de quem quer empreender: acredite. Em geral, novas ideias assustam. Lembre-se que grandes empreendedores um dia foram tachados de loucos. Os que deram certo são promovidos a empresários ou visionários e ganham a vida dando palestra. De fato, apostar no próprio negócio não é fácil, em geral, é uma jornada solitária. Como todo sonho, nasce com você. E muitas vezes morre. Sim, meus caros, empreendedores possuem histórias de fracasso e, em geral, não são poucas. Eu mesmo já entrei pelo cano algumas vezes.

Tentei rede de temakeria, lava-rápido a seco e algumas outras iniciativas que deram em nada. E o site de compra coletiva? Juro que estava indo bem, mas, depois de uma notícia de fraude de um site de compra coletiva, amplamente alardeada no Jornal Nacional, quebrei. Mais uma vez. E daí, vem a segunda lição para quem quer empreender: persistência. Eu, por exemplo, vi o número de acessos ao meu site despencar, da noite para o dia. A essa altura, estava com três funcionários, que prefiro chamar de guerreiros, e fiquei sem saber o que fazer.

Mas sempre acreditei que cada novo desafio pode ser encarado como um problema ou uma oportunidade. O tempo que operei o meu site, tive de aprender a anunciar nos meios digitais, ganhar relevância frente ao tão temido algoritmo do Google. Tive de pensar as melhores estratégias digitais para fazer o meu investimento relevante frente aos meus concorrentes, que eram muito maiores do que eu. A minha falência me fez olhar para um mercado até então completamente fora do meu radar: o de anunciantes. Naquele momento, dei adeus ao TripClube, que virou estatística.

Nascia a Greenz, focada em resultados e performance. Com um DNA de quem sabe o valor de cada real investido e reconhece as dificuldades de quem quer crescer em um ambiente digital extremamente competitivo. E aí vem a minha terceira dica para quem está pensando em demitir o patrão: o seu negócio deve carregar as suas crenças e convicções. Uma empresa precisa de propósito, de alma. O nosso, é ajudar pessoas que, como eu, acreditam que podem vencer e buscam um parceiro capaz de ajudar nessa jornada. Essa é a Greenz, uma aceleradora de negócios.

Marcelo Coffani é sócio-fundador da Greenz (marcelo.coffani@greenz.com.br)