“Não dependemos do papel”, diz Daniela Falcão sobre Wired no Brasil

No último fim de semana, o Rio de Janeiro recebeu a primeira edição do Wired Festival Brasil, evento de tecnologia e inovação que marcou a chegada da marca ao país. Com atuação nos Estados Unidos, Europa e Ásia, o título norte-americano surgiu há 23 anos, e hoje extrapolou as barreiras do impresso e digital, com núcleos de festivais e conferências e até mesmo consultoria em inovação para empresas.

Daniela Falcão, diretora editorial da Edições Globo Condé Nast, que trouxe a marca ao Brasil em parceria com o jornal O Globo, explica que não há intenção de publicar o título impresso. Para a executiva, em um momento que o mercado discute novos negócios na comunicação, o festival é uma aposta disruptiva para o segmento.

“Havia um gap desse tipo de discussão no Brasil e chegamos com uma proposta de reunir as principais personalidades que inovam em suas áreas, seja gastronomia, arte, moda ou tecnologia. O festival chega para mostrar que não dependemos do papel para sobreviver, que é possível ancorar um negócio na comunicação sem necessariamente ter uma revista ou site”.

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Espaço Wired Festival contou com atividades gratuitas para o público

Nos dias 2 e 3 de dezembro, o Wired Festival Brasil trouxe conteúdo e experiências sobre ciência e tecnologia, economia, política, entretenimento e cultura, design e estilo de vida. O evento reuniu mais de quatro mil pessoas no Armazém Utopia, na Zona Portuária da cidade, em um espaço para palestras de personalidades nacionais e internacionais, workshops, além de experiências gratuitas e abertas ao público promovidas por marcas patrocinadoras e apoiadoras.

A C&A, por exemplo, levou discussão sobre a tendência de wearables e o futuro da moda. No espaço interativo do workshop, o público aprendeu a desenvolver peças com LEDs. O público também pôde montar e brincar com drones, e em parceria com a Nextel, fazer demonstrações de equipamentos de realidade virtual.

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Evento recebeu palestra de Becca McCharenTran, criadora da Chromat

Já no espaço dedicado às palestras, brasileiros como Ronaldo Lemos, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro; Cristina Junqueira, co-fundadora da startup Nubank; o chef Alex Atala; o fundador do Centro de Estudos Avançados do Recife e do Porto Digital, Silvio Meira, entre outros, falaram sobre inovação em suas respectivas áreas.

As personalidades integrarão também o anuário “One Hundred Minds That Are Shaping The Digital World”, ainda sem nome oficial em português, e que será distribuído em 2017. Segundo Daniela, o guia impresso terá o perfil de 100 nomes internacionais e um apêndice com 50 brasileiros. No ano que vem, além do Rio de Janeiro (em novembro), São Paulo também receberá o evento, previsto para junho.  

O Wired Festival Brasil teve produção da SRCom, com apresentação da Prefeitura do Rio e Rio Eventos, e patrocínio da Nextel e Banco Original, com apoio do SENAI, C&A e Spotify e cocuradoria da FLAGCX.