“Não tenho medo do crescimento do Facebook”, diz fundador do Twitter

 

Depois da “febre”, quando todos abriram suas contas e passaram a relatar cada uma das atividades diárias na rede, veio a “calmaria”. “O Twitter está morrendo”, dizem os alarmistas. Jack Dorsey, um dos fundadores e chairman da rede social, no entanto, discorda veementemente desta posição e sequer a considera uma possibilidade. Na manhã desta quinta-feira (11), em um bate-papo na FGV, em São Paulo, o executivo destacou a importância do Twitter, criado em 2006, e comparou-o ao Facebook, apontado como um dos motivos pelo suposto crescente desinteresse dos internautas por sua criação.

“Não tenho medo do crescimento do Facebook e, portanto, não acredito que ele causará a morte do Twitter. Vejo diferenças bastante nítidas entre essas duas redes sociais. Para mim, o Facebook funciona muito bem para conectar e aproximar amigos. Já o Twitter, considero mais uma ferramenta de informação. É claro que as postagens podem ser bastante subjetivas. O fato de eu acordar e ‘twittar’ que estou tomando café da manhã pode não interessar a 99% das pessoas que me seguem, mas sem dúvida interessa à minha mãe”, brincou Dorsey. “Creio que o Twitter apresenta de maneira mais direta o que está acontecendo de relevante no mundo, em tempo real. Em cerca de um minuto, é possível se atualizar sobre tudo. Há menos interferência que no Facebook”, salientou.

O executivo destacou a atenção que a empresa tem dado ao Brasil, segundo ele um mercado chave. “Embora pequeno, nosso escritório regional tem crescido. O brasileiro abraça muito rapidamente a tecnologia. Este é um país influente e, claro, estamos de olho na Copa do Mundo e nas Olimpíadas. Será maravilhoso ver todos compartilhando informações e imagens sobre esses eventos”, disse.

Negócios

Dorsey lembrou que a ideia para a criação do que viria a ser o Twitter nasceu em 2001. “Montei um sistema simples, quase um e-mail. Disparei para meus amigos, contando que eu estava no parque. Bom, eles não estavam interessados em saber disso”, afirmou, entre risos.

O Twitter como o conhecemos surgiu cinco anos depois. “Para o empreendedor, é preciso paciência. Muitas vezes você tem dinheiro e um projeto incrível em mente, mas simplesmente não é o momento de levá-lo adiante. Isso não quer dizer que você deva abandoná-lo”.

Apesar de não detalhar números, o executivo fez questão de destacar que o Twitter vai muito bem: “Vejo publicitários pelo mundo elogiando nosso modelo e já vi marcas sendo muito criativas na utilização destes 140 caracteres. É certo que limitação estimula criatividade, então estamos até à frente nesse sentido”.

Square

Ferramenta disponível apenas nos Estados Unidos e Canadá, o Square, sistema de pagamento via mobile, é a nova aposta de Dorsey. Por meio de um pequeno adaptador para iPhone e aparelhos com sistema Android, que faz a leitura de cartões físicos, é possível efetuar transações como se o celular fosse uma máquina de cobrança.

De acordo com o executivo, a ideia é levá-lo a outros países, projeto que demanda um estudo profundo sobre as regulamentações financeiras de cada local. “Nos EUA, foi um trabalho intenso de sete meses junto aos bancos”, conta. Simplificando, o Square, se popularizado, pode representar o fim dos 5% embutidos no preço de um produto ou serviço, valor referente à taxa cobrada pelo uso das máquinas de cartões de crédito e débito.