Newsweek cancela edição impressa
A revista norte-americana Newsweek, parte do grupo IAC, anunciou nesta quinta-feira (18) que migrará definitivamente para o digital, deixando de publicar sua edição impressa. Em comunicado assinado pela editora-chefe da Newsweek Daily Beast Group, Tina Brown, a transição foi apresentada como “uma virada de página” na história da revista, que comemora 80 anos em 2013.
A última edição impressa será em 31 de dezembro. A partir do próximo ano, o conteúdo será publicado unicamente em uma plataforma completamente digital, composta por e-readers, tablets e internet. A nova operação será chamada de Newsweek Global, custeada por assinaturas pagas. Ela será uma única edição global, direcionada a uma audiência “altamente móvel, de formadores de opinião que desejam aprender sobre os eventos globais em um contexto sofisticado”, delimitou a editora.
Tina ressaltou o “desafiador ambiente do impresso” afeta as empresas de notícias e que tomar decisão foi difícil, mas que essa não era a hora de ser romântico. “Deixar o impresso é um momento extremamente difícil para todos nós que amamos o romance do papel e o sentimento único daquelas horas de camaradagem na sexta-feira antes do fechamento. Mas assim como nos aproximamos do 80º aniversário da Newsweek no próximo ano, precisamos sustentar o jornalismo que dá a essa revista o seu propósito – e abraçar o futuro digital”.
A publicação já vinha registrando dificuldades financeiras desde pelo menos 2008. No ano seguinte, a revista registrou perdas de US$ 30 milhões e, em 2010, foi vendida pelo The Washington Post a Sidnei Harman, que já sinalizava a intenção de transformar a revista em uma publicação puramente digital, quando fundiu suas operações com o portal online The Daily Beast. Ao mesmo tempo em que a operação impressa sofria os revezes da indústria do papel, a Newsweek online desfrutava de constante crescimento.
No comunicado, a editora-chefe destaca a audiência do portal The Daily Beast, que atrai mais de 15 milhões de visitantes únicos por mês, sendo que grande parte do tráfego é gerado a partir do conteúdo da Newsweek. O número é 70% maior que o de visitantes do ano passado. Tina enfatizou ainda que a transição da Newsweek não significa, de forma alguma, uma despedida, mas sim uma transição. “Nós permanecemos comprometidos com ela e com o jornalismo que ela representa. Essa decisão não é sobre a qualidade da marca ou do jornalismo, que está mais poderoso que nunca. Isso é acerca dos desafios econômicos do impresso em matéria de publicação e distribuição”, reforçou.