Nike domina discussões nas redes sociais com projeto Breaking2

As finais dos campeonatos de futebol regionais tiveram concorrência de peso na cobertura esportiva neste final de semana. Isso porque na madrugada da última sexta-feira (5) para sábado (6), a Nike transmitiu ao vivo no Facebook e Twitter o projeto Breaking2, que desafiou alguns dos principais maratonistas do mundo a correr os 42 quilômetros e 195 metros em menos de duas horas.

O queniano Eliud Kipchoge, atual campeão olímpico da maratona, foi o que mais se aproximou da marca buscada, completando a prova em duas horas e 25 segundos. Os africanos Lelisa Desisa e Zersenay Tadese também participaram da tentativa, mas tiveram desempenho inferior ao de Kipchoge. Os fundistas usaram o calçado Nike Zoom Vaporfly Elite, desenvolvidos sob medida para a prova, que aconteceu no autódromo de Monza (Itália).

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Lelisa Desisa, Eliud Kipchoge e Zersenay Tadese integram o dream team da Nike para o Breaking2

A bola na trave da tentativa da Nike com o Breaking2 promete esquentar a disputa com a alemã Adidas, que também mantém ambição de quebrar a barreira das duas horas. No início deste ano, inclusive, lançou o Adizero Sub2, calçado desenvolvido especificamente para o projeto. O atual recorde mundial também pertence a um atleta patrocinado pela empresa. O queniano Dennis Kimetto concluiu a maratona de Berlim, em 2014, no tempo de 2h02m57s.

Apesar de o desempenho de Kipchoge nesse final de semana ter sido superior ao de Kimetto, o tempo não foi catalogado pela Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF, sigla em inglês). Pelas regras da entidade, para ser considerada uma maratona oficial, além de o percurso obedecer aos 42 quilômetros e 195 metros, outros fatores devem ser considerados. Como a prova da Nike foi feita em um circuito fechado, no autódromo de Monza, na Itália, por exemplo, o projeto não se enquadrou aos padrões pré-estabelecidos pela IAAF.

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Kipchoge é o atual campeão olímpico da maratona

O assunto, aliás, dominou as discussões nas redes sociais, entre os defensores da façanha de Kipchoge e os que criticaram a marca por “fabricar” uma prova ideal, disponibilizando além do trajeto plano, um carro corta vento e atletas “coelhos” para impor um ritmo forte aos três maratonistas participantes. O vídeo com a transmissão da prova foi visto por mais de cinco milhões de pessoas no Facebook , gerando mais de 42 mil compartilhamentos e 44 mil comentários.

https://youtube.com/watch?v=uvhSgxUdsdQ

Polêmicas à parte, os resultados de Breaking2 evidenciam que, pelo menos, do ponto de vista do marketing, que a Nike está no caminho certo. Em artigo publicado em suas redes sociais, Ricardo Chester, diretor de criação da agência AlmapBBDO, comentou o assunto. “Mesmo que a marca das duas horas seja batida, pelo menos para mim, não será maior que o feito de hoje. O mundo da corrida de rua acordou descrente do sub-duas horas nos 42k. Amanhã não acordará mais. Eliud Kipchoge, um atleta feito de carne, osso, mente e marketing, provou que o tabu cairá”.

Para reunir toda repercussão, a Nike promete um documentário em parceria com o canal pago National Geographic, ainda sem data de veiculação. “Essa conquista representa mais do que uma corrida. É um momento de inspiração global que incentivará cada atleta, em cada comunidade, a empurrar os limites do seu potencial. Gostaria de parabenizar pessoalmente os atletas do Breaking2 por esse feito extraordinário”, ressaltou Mark Parker, CEO e presidente mundial Nike.