Nizan e Duailibi abrem 25ª Semana da Criação

 

Teve início nesta segunda-feira (26) a 25ª Semana Internacional da Criação Publicitária, realizada pela Editora Referência. Começando com dois nomes brasileiros que dispensam apresentação, Roberto Duailibi e Nizan Guanaes, o evento teve como surpresa a participação do lendário Mauro Salles que, livre de qualquer protocolo, pode utilizar o microfone para rechear os ouvidos da plateia que lotava o teatro Raul Cortez, em São Paulo, com alguns poemas de sua autoria.

Em seguida subiu ao palco o sócio-fundador da DPZ, aproveitando a participação de Salles para ressaltar: “Isso prova que uma cabeça nunca para de criar”. Duailibi aproveitou sua participação para homenagear grandes cabeças que nos deixaram recentemente, entre elas Steve Jobs, “maior influência que tivemos nos últimos anos”; Jean Giraud, o Moebius, “que revolucionou a arte em quadrinhos”; José Carlos Moraes Abreu, “que, comparecendo diariamente na sede do banco Itaú, ajudou a construir uma instituição que orgulha o Brasil”; a pesquisadora Eugênia Paesani, “que mostrou que com um bom texto e boas ideias para uma pesquisa você faz uma revolução no conhecimento”; e finalmente Chico Anysio, “merecedor de um capítulo especial na criatividade brasileira”.

Duailibi se disse um grande fã do Google, do YouTube e do computador em si, porém, fez questão de ressaltar: “Não existe computador melhor que sua própria cabeça. A máquina mais importante jamais criada está entre nossos dois ouvidos”. Também citou a emoção e as experiências como primordiais para a criatividade efetiva e fez uma reverência ao poder da ideia ao lembrar a plateia: “Cada um de vocês pode mudar o mundo através de uma palavra, frase, parágrafo. Com um lápis na mão é possível mudar o mundo”, ressaltou.

Redator + empresário

Fechando a noite, Nizan Guanaes, chairman do Grupo ABC, realizou a apresentação intitulada “O redator e o empresário”. Relembrando momentos de sua carreira e campanhas memoráveis que o tiveram como redator em sua essência – como “Hitler”, para Folha de S.Paulo; “Pipoca com Guaraná”, para o Guaraná Antarctica; e, claro, os mamíferos da Parmalat – e já como empresário – Nivea Sun com Gisele Bündchen, filmes para TV, som e DVD da Gradiente e, mais recentemente, o bebê que ri com as folhas rasgadas do Itaú –, o publicitário analisou a importância dessa dualidade. “A propaganda não pode esquecer que é um trabalho feito à mão, mas não pode esquecer que também é uma indústria, senão enfraquece”, destacou.

Nizan também enfatizou que “Propaganda tem que ser hit, construir sucesso”, além de cobrar maior comprometimento do profissional que deseja se destacar tanto na busca na cultura que pode evoluir seu trabalho, como na dedicação. “O futuro está no passado. Se você quer ser criador, vá para um museu, tenha contato com literatura, vá ver arte. Se você ficar vendo só anuário, não vai sair do lugar”, analisou. “A propaganda é um oficio. Não adianta fazer se você não amar”, complementou.

Relembrando toda sua trajetória, fundamentada na transformação de criativo em empreendedor – porém, sem nunca deixar o primeiro papel de lado, “porque é isso que me dá autonomia para falar como empresário” –, ele falou da venda da DM9, abertura do iG, idealização da Africa e finalmente a criação e evolução do Grupo ABC, o qual deseja ver entre os 10 maiores do mundo. “Já fiz uma agência sozinho, agora quero fazer um WPP, um Publicis. Eu quero que o Brasil seja respeitado do ponto de vista de negócios da mesma forma que eu e uma série de criativos como Marcello Serpa, Washington Olivetto, Roberto Duailibi e tantos outros fizemos para que ele fosse respeitado criativamente”, afirmou.