Noites de Brasília

Francisco Alberto Madia de Souza

Meses atrás, James Wolfe, assessor sênior da Comissão de Inteligência do Senado americano, 57 anos, foi preso sob a acusação de ter mentido para os investigadores.

Tudo começou quando Ali Watkins, 20 anos, jovem, atraente, começando sua carreira como jornalista, cruzou com James. Depois de muita insistência acabou deixando-se seduzir por James, por seus pequenos presentes e, principalmente, por informações que rapidamente alavancaram sua carreira.

E em pouco tempo foi parar no BuzzFeed News, The Hunfington Post e hoje trabalha para o New York Times, aos 26 anos
de idade. A mesma história de sempre, que se repete. Envolvimento de jornalistas e políticos.

Segundo muitos, um clássico das noites de Brasília, onde políticos distantes da família e jornalistas solteiras e ascendendo na carreira cruzam-se nos restaurantes e acabam engatando um romance…

Alguns jornalistas – homens e mulheres – que hoje ocupam ou já ocuparam posição de destaque na imprensa, engataram namoros e romances com políticos que lhes garantiu furos sensacionais e aceleração na carreira. Dizem que Brasília é a cidade do mundo onde essa situação bate todos os recordes de recorrência.

Alguns desses romances vieram a público, como o de um político do Nordeste e uma jornalista, do qual resultou um filho, e matéria de capa na falecida Playboy.

Isso acabou gerando uma espécie de pacto entre todos os políticos de todos os partidos. Esse território é sagrado e ninguém denuncia ninguém. PT e PSDB podem se engalfinhar em público. Mas jamais se denunciarão no tocante aos relacionamentos extraconjugais das noites de Brasília. Na noite todos são amigos, fraternos, cordiais, e, acima de tudo, santos.

E dessa farra participaram desde FHC, célebre por seus romances com jornalistas, até as meninas que frequentavam a casa pilotada por Palocci durante os governos petistas.

Esse recurso tem sido usado de forma recorrente por muitas empresas na busca de informações confidenciais e decisivas de seus principais concorrentes. E, de forma especial, essa prática faz parte da rotina da cidade de San Francisco, e de boa parte das empresas do Vale do Silício.

Ou seja, esse tipo de comportamento está muito distante do que é de verdade a Inteligência Competitiva. Que usa todos os recursos possíveis e imagináveis, decorrente da capacidade criativa e de imaginação das empresas, sem jamais, repetindo, jamais resvalar na ilegalidade, corrupção, compra de informações. Putaria, então, nem pensar…

Todos temos de usar, sempre e intensivamente, métodos de monitoramento, acompanhamento de todas as movimentações de nossos principais concorrentes, assim como de todas as demais empresas que são referências para as nossas.

Mas jamais, em hipótese alguma, atravessar, por um milímetro que seja, os limites impostos pelas normas, leis, regulamentos e, principalmente, ética.

Isso sim, é Inteligência Competitiva Genuína, Verdadeira, Natural, Decisiva, que merece todos os Elogios, Respeito, e maior Admiração.

Francisco Alberto Madia de Souza é consultor de marketing (famadia@madiamm.com.br)