Nova empresa quer substituir fitas beta por envio digital

 

As fitas beta, que produtoras enviam para as emissoras de televisão com filmes publicitários, podem estar com os dias contados. A recém-criada Adstream Samba, joint venture entre a brasileira Samba Tech e a australiana Adstream, está negociando com emissoras de TV aberta e por assinatura para a implantação de um sistema que permite o envio de comerciais via internet. O objetivo é modernizar o processo de recebimento e envio do material, hoje feito fisicamente com as fitas, tornando-o completamente digital.

“Essa é uma solução que interessa a agências, produtoras e anunciante. O cliente não quer a complexidade da fita”, acredita Celso Vergeiro, ceo da nova empresa. O executivo tem passagem por MTV Brasil, Globosat, HBO Brasil, Fox Latin America e Discovery Networks e soma mais de 20 anos de experiência na área de marketing.

A empresa garante que possui know-how para transferência do material publicitário em qualquer dos cinco formatos hoje utilizados no Brasil – mundialmente, a Adstream tem tecnologia para atuar com 17 formatos diferentes, afirma. O valor das cópias, parte do direito autoral pago às produtoras, não deve ser alterado. “A ferramenta é logística, o objetivo é agilizar o processo”, explica Vergeiro.

O projeto é resultado de parceria com a Adstream, criada em 2002 em Sydney, Austrália, que oferece a solução em mais de 90 países. “Nosso objetivo é melhorar o modo como publicidade é feita e entregue em todo o mundo”, afirma Gerard Barron, ceo da companhia. A chegada na América Latina começou há três anos, quando a empresa montou um escritório em Miami para oferecer a ferramenta de envio digital aos canais fechados com comunicação pan-regional. “É importante para nós ter presença forte na América Latina. Com a Samba Tech, seremos muito mais bem-sucedidos”, diz.

A australiana tem participação majoritária na joint venture, com 51%, e a Samba Tech fica com o restante. A empresa não revela o investimento para a criação da unidade brasileira. “É substancial”, Barron limita-se a dizer. O objetivo, segundo ele, é obter, em dois anos, 50% de market share no país. No momento, a Adstream Samba negocia com 15 canais – entre eles, quatro emissoras abertas – que já estão utilizando o software em fase de teste. Os executivos também estão apresentando o conceito para as entidades setoriais como Apro (Associação Brasileira das Produtoras de Audiovisual) e Abap (Associação Brasileira das Agências de Publicidade).

A nova empresa ainda não estipula um prazo para a adoção do formato, mas acredita que haverá uma transição natural. “No médio prazo, queremos eliminar a fita mas, por enquanto, esperamos adaptação”, ressalta Vergeiro.