Inserções em tempo real podem marcar futuro da publicidade em TV
Uma nova geração de aparelhos televisores, que chegará ao mercado no final do ano, poderá dar mais opções para que os anunciantes verifiquem em tempo real o que os espectadores estão assistindo e retransmitam esse conteúdo na internet, afirmam analistas da indústria. Durante a IFA, feira de tecnologia que acontece em Berlim, o CEO da Cognitive Networks, Michael Collette, afirmou que algumas grandes empresas estão testando “tecnologia cognitiva digital” que permitiria aos anunciantes moldar suas mensagens em tempo real.
LG e Samsung são algumas dessas empresas. Na feira, elas mostraram que estão explorando o uso dessa tecnologia. A primeira até fez demonstrações com uma de suas televisões. A Cognitive Networks trabalha junto de outras duas empresas, a Gracenote e a Vizio, para desenvolver métodos de instalar o software de reconhecimento de conteúdo nas novas televisões. Um porta-voz da Gracenote, subsidiária da Sony, confirmou que já estão em fase final as negociações entre as emissoras e as fabricantes para lançar o serviço até o final do ano.
A tecnologia cognitiva digital escaneia os pixels e descobre o que o espectador está assistindo e em que fase do programa está. Isso significa que, na teoria, um anunciante poderia solicitar a inserção de um anúncio em um momento determinado que favoreça sua marca. De acordo com a consultoria americana Ooyala, alguns anunciantes pagariam até 25% a mais para ter targets mais individuais e precisos. As empresas que desenvolvem a tecnologia, porém, não se desligam do fato de que é necessário o consentimento dos espectadores para que esses anúncios sejam inseridos durante a programação, o que está relacionado à proteção da privacidade.
“É importante ser honesto com os consumidores sobre como as informações deles serão usadas. Se você estiver fazendo isso para criar uma experiência melhor e dar a eles coisas com as quais eles se importam, acredito que eles concordarão”, disse Stephen White, presidente da Gracenote.