Número de obras gravadas no exterior cresce em 2013

As obras publicitárias gravadas fora do Brasil passaram de 20, em 2008, para 50, em 2012, e 187, em 2013, segundo levantamento feito pela Ancine (Agência Nacional de Cinema). Os números impressionam, mas são reflexo do alto custo para se produzir no Brasil, segundo Sônia Regina Piassa, diretora-executiva da Apro (Associação Brasileira de Produção de Obras Audiovisuais), que solicitou essa apuração.

De acordo com a executiva, são inúmeras as dificuldades que levam uma produtora a escolher esse caminho. “Um dos motivos é o alto preço das locações em vias públicas. Para se ter uma ideia, para alugar uma rede de futevôlei, por exemplo, em uma praia do Rio de Janeiro, o anunciante vai ter que desembolsar R$ 50 mil”.

São preços impraticáveis, como reforça Sônia, que acabam afugentando as produções e fazendo com que os municípios percam milhões em arrecadação. Ela ressalta que em outros países, como Uruguai e Chile, por exemplo, qualquer espaço público é bem mais barato e o caminho até as fontes responsáveis pela locação é mais curto e não tão burocrático.

A executiva lembrou também que, para filmar uma produção brasileira no exterior, algumas regras precisam ser respeitadas. “Para um comercial ser considerado nacional, pelo menos um terço da equipe tem que ser composta por brasileiros, incluindo o diretor de cena”. Além disso, a Ancine cobra uma taxa de R$ 28 mil pela Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional) para permitir que a obra seja veiculada no Brasil por até cinco anos.

Segundo Sônia, a Apro solicitou junto à Ancine, semana passada, que fosse feita uma verificação mais apurada para saber se todas as 187 obras cumprem essas regras. “Existem cinco mil produtoras cadastradas na Ancine e apenas 120 são associadas à Apro. Não temos como saber se a lei está sendo cumprida e se quem orça suas produções corretamente não está sendo prejudicada por quem não o faz”. Vale lembrar que o número de estrangeiros que vem filmar no Brasil também aumentou 58% desde 2010, segundo informações da FilmBrazil.