O bicho vai perder
Ao contrário do que muitos temiam, a atividade publicitária reage bem à crise pandêmica, aqui no Brasil, voltando a veicular e cada dia com maior quantidade campanhas e peças publicitárias que fizeram do nosso país, lá atrás, ser considerado um dos melhores do planeta nessa expertise.
Não só mantemos essa condição, como a temos superado durante a pandemia do coronavírus, passando a veicular de uns dias para cá peças e campanhas admiráveis nos meios, demonstrando assim o quanto nossa propaganda é criativa, sem praticar o deboche que poderia ser uma tentação em um momento como este.
Estamos vendo trabalhos surpreendentes nos meios, que contrariam os pessimistas de plantão que lá atrás, quando tudo começou, afirmavam que uma das atividades que mais sofreria com essa crise seria a publicitária.
É inegável que o início foi difícil, as agências tiveram de trabalhar em home office (algumas ainda estão nessa linha), o que, já o dissemos aqui, torna principalmente a criação um trabalho bem mais difícil.
Já estamos, porém, vencendo as primeiras duríssimas fases das proibições e aos poucos a publicidade retoma a sua função principal, que é vender o que anuncia. Fazia tempo, por exemplo, que não víamos nossos principais jornais repletos de anúncios, muito deles trabalhados em criação com os próprios clientes, que souberam como tratar o seu consumidor em uma época de total imprevisibilidade para todos.
Já estamos começando a nos livrar dessa crise sanitária sem precedentes na história do nosso país e daqui para frente a retomada será cada vez mais forte, com a população passando a sofrer menos com o impacto do corona.
Os números de mortos e contaminados ainda são impressionantes, mas estamos nos aproximando do tal platô de que nos falam os especialistas da saúde, o que provocará segundo eles o tão esperado recuo do vírus, aumentando em consequência a capacidade produtiva e criativa do nosso povo.
Ainda nesta última semana, o governador João Doria, cujo pai havia fundado em São Paulo o Instituto Mind Power, telefonou-nos para anunciar que em fins de outubro o Instituto Butantan já deverá ter em larga escala a vacina preventiva contra o corona, o que significará o começo do fim dessa terrível pandemia que tanto e tamanho prejuízo nos causou.
Como se sabe, o atual governador de São Paulo é um ex-publicitário tendo uma agência lá atrás (Doria Associados) voltada basicamente para grandes eventos, como ainda hoje é o Lide – Lideranças Empresariais, que anualmente realiza um grande evento em um hotel do Guarujá (SP), ao qual comparecem importantes nomes de dirigentes de agências de propaganda e seus clientes, transformando-se desde há muito em um dos eventos mais concorridos nessa listagem de similares.
Citamos a condição de ex-publicitário do atual governador porque quem foi um dia, jamais esquece. E ele sabe a importância da criação dessa vacina, por mais de um motivo, sendo o primeiro deles imunizar a população dessa praga que não se sabe ainda como começou e se espalhou pelo planeta, com muitos apontando os chineses como autores.
Um outro motivo o consagraria para disputar com enorme vantagem as próximas eleições presidenciais, considerando-se principalmente que a grande maioria da população brasileira já julga Bolsonaro como carta fora do baralho, pelas trapalhadas em que se mete.
Claro que tudo o que aqui está exposto é especulação, mas é a partir dessa palavrinha mágica que o homem avança. Os grandes inventos da humanidade, que se sucedem, tiveram seu início com os autores especulando, até alcançarem a vitória final.
Houve e prossegue havendo fracassos, mas o que importa é a busca pelo sucesso, por se tratar da consagração de um esforço inaudito em prol de uma causa. Vamos torcer para que assim seja e dentro do nosso pequeno, mas importante, mundo publicitário possamos continuar a manter o Brasil dentre as principais nações do planeta a ter reconhecida como de primeiríssima qualidade a propaganda que cria e vende.
Neste momento tão delicado em que vivemos, os meios de comunicação estão exercendo um trabalho elogiável de informação à população.
Emissoras de TVs, jornais, revistas, rádios e outros meios de comunicação mais recentes, mas não menos importantes, estão conseguindo transmitir ao nosso povo informações das mais importantes sobre como se comportar neste momento. Claro que sempre há e haverá os que dão de ombros e não respeitam as advertências, mas isso faz parte da própria história da Humanidade.
Aos poucos, grandes agências dão início a um reestudo da ideia do home office que, como já repetimos aqui, é bom, mas é ruim, no linguajar bem caipira e inteligente do povo brasileiro.
Sinceramente, não acreditamos que possa vingar o isolamento em uma profissão onde a cada instante as pessoas se reúnem para discutir a força de uma ideia que acabou de ser criada por alguém da agência.
Do ponto de vista financeiro, a princípio, a ideia pode encantar como a sereia da fábula, mas a atividade publicitária é muito mais do que a busca do lucro tendo em vista menores preços de aluguel.
Essa mediocridade não combina com a grandiosidade de uma campanha supercriativa, que faz milhões de pessoas passarem a consumir determinada marca até então desconhecida, ou de fraco conhecimento no mercado.
Falando em mercado, que os dirigentes das agências se lembrem que não estão no mercado imobiliário, mas em outro muito mais fulgurante onde uma simples, mas grandiosa, ideia pode mudar o rumo de um produto ou serviço, rendendo para a agência que a criou lucros maiores, incomensuravelmente maiores do que o ganho obtido pelo esforço físico das suas sedes, porque seus principais colaboradores (publicitários) se desintegraram dos grupos de trabalho, tornando estes sem efeito, rumando coercitivamente para a solidão do home office.
Os bons criativos sempre trocaram e trocam as boas ideias entre si, sem a sofreguidão do uso da comunicação eletrônica, para saber o que pensa o outro, também na sua cadeia solitária.