O design é ferramenta de negócios, diz presidente da Abedesign
O design como ferramenta estratégica de negócio. Esse foi o fio condutor da Brasil Design Week Preview 2015, realizada pela Abedesign na última quinta-feira (14) em São Paulo. O evento mostrou as transformações das empresas por meio de design. “Nosso objetivo é fazer com que o design ocupe uma posição de negócio e de gestão para as marcas”, garante Gustavo Gelli, presidente da Abedesign.
Já Roger Rieger, diretor de promoção comercial e eventos da Abedesign, disse que espera ampliar o reconhecimento do mercado quanto ao design não somente como um atributo para desenvolvimento de produtos. “Entendemos que o design é maior do que isso. Ele orienta as marcas para cenários mais amplos na percepção do consumidor e do mercado. Auxiliando nas diretrizes estratégicas e na condução das empresas, suas marcas e serviços”, explica.
De acordo com Júlio Bertola, diretor do grupo de design da America Latina da Electrolux, o design tem também como meta criar o futuro de uma marca ou produto. “Nossa missão é essa: criar um futuro por meio do design para tentar proporcionar uma experiência humanizada para as pessoas”, afirma. O diretor explicou que a área é definida em quatro pontos: marca, produto, serviço e espaço.
Na estratégia, diz Bertola, é preciso definir uma identidade e uma comunicação. “Já no produto, nosso objetivo é pensar numa linguagem”, diz. “E, quando a gente fala em serviço, é preciso pensar, por exemplo, na linguagem das embalagens desses produtos”, afirma, completando que, para ele, o trabalho do design é provocar emoção. “Toda vez que pensamos em venda precisamos estar focados na emoção”, garante. “Atualmente, o design é para o prazer”, completa o diretor.
O executivo explicou por que a marca não investe tanto em publicidade. “A Electrolux investe pouco em publicidade porque a nossa estratégia é baseada no produto, no ponto de venda”, diz. “É no ponto de venda que conseguimos mostrar o design dos produtos e isso faz toda a diferença na hora de convencer o consumidor”, garante.
O ponto de venda também foi citado na palestra de Alexander Guazzelli, superintendente de design do Itaú Unibanco. “Uma marca ganha musculatura no seu ponto de venda. E isso não é diferente com o Itaú”, revela. A prova disso talvez venha da campanha “Inconfundível”, uma das campanhas feita pela Africa para o banco, na qual a marca vinha sem a assinatura do nome da empresa. “Essa campanha teve um dedo do design”, afirma Guazzelli. “As cores do Itaú e o formato já nos remetem ao banco. O design já deu uma cara para o banco”, completa.
Na palestra, Guazzelli também mostrou a evolução da logomarca do Itaú. O primeiro logotipo do banco foi desenvolvido pelo desenhista Aloísio Magalhães, contratado para criar um triângulo preto. O logo permaneceu inalterado pela instituição até 1973. Com a aquisição do Banco Português do Brasil, na década de 1970, o Itaú tornou-se o segundo maior banco do Brasil em transações bancárias e o maior em quantidade de agências entre as instituições privadas. Foi então que passou a se chamar apenas Banco Itaú.
Por conta da força do nome, a marca foi alterada e um módulo negro, com o nome Itaú escrito com letras brancas. As cores, porém, foram introduzidas à marca somente em 1992, quando o banco decidiu modernizar o seu visual e sua linguagem. Da década de 1990 até hoje, foram feitas algumas mudanças apenas, mas as cores laranja, amarelo e azul permaneceram.