“O futuro da televisão não é uma feijoada vegana”, diz CEO do SBT

Alguns dos principais líderes empresariais do país estão reunidos neste sábado (24), no Hotel Sofitel Jequitimar, no Guarujá, para participar do 10º Fórum de Marketing Empresarial, uma iniciativa do Lide (Grupo de Líderes Empresariais) e da Editora Referência, que edita o PROPMARK, com o propósito de debater os desafios, estratégias e o futuro do setor. 

De olho nas transformações da indústria de comunicação, o primeiro painel debateu o futuro da televisão. Afinal, os avanços tecnológicos afetaram o meio e desafiaram os veículos a se adaptarem aos novos cenários. Neste contexto, o futuro da TV aberta tornou-se um desafio para os seus executivos e comunicadores.   

“O futuro da televisão não é um feijoada vegana. Estamos de olho nas transformações, inovações e integração dos meios. Isso exige uma competência enorme das empresas. Observamos que todo mundo está se movimentando para criar um player de negócio que possa reter a atenção das pessoas, que é a audiência. Precisamos agregar tudo aquilo que seja premium, ou seja, o conteúdo. Então, o nome do jogo para acessar o consumidor vai passar pela soma do conteúdo, dados e tecnologia”, comenta José Roberto Maciel, CEO do SBT.

Ainda segundo Maciel, a relação com o público tem sido determinante na construção de novas estratégias que consigam preservar e continuar conquistando a audiência. “A tecnologia não pede licença. Estamos super atentos a isso. Sempre procuramos inovar e entregar o que de fato vai mudar a vida das pessoas. Quando olhamos o conteúdo multi-tela, ou aquilo que o mundo não linear nos propicia, temos um vasto caminho para explorar. Então, estamos abertos a parcerias. Não tenho dúvidas que através dessas parcerias vamos agregar cada vez mais serviços para as pessoas e, por consequência, entregar um pacote melhor para os consumidores e anunciantes”, diz.

TV PAGA

Em janeiro, o mercado de TV paga brasileiro anunciou que o canal CNN abriria uma operação local por meio do licenciamento da marca sob os cuidados do jornalista Douglas Tavolaro e do empresário Rubens Menin. Além da produção de conteúdo nacional, a programação da CNN Brasil também vai contar com o apoio do material da CNN INternacional.  

O novo projeto já nasce com presença em todas as telas. Para Américo Martins, vice-presidente de conteúdo da CNN Brasil, é super importante que o consumidor possa ter acesso ao conteúdo em todos os lugares e plataformas. “Nascemos em um momento profundo de transformação da indústria. Acreditamos que os pilares de tecnologia, credibilidade, relevância e audiência são fundamentais para essa construção. Nenhum produtor de conteúdo será bem sucedido sem apostar nestes quatro pilares. A inovação e a tecnologia são apenas uma parte da história”, ressalta. 

Na onda das Fake News, o canal espera que as pessoas chequem as informações com a CNN Brasil. “As Fake News criam oportunidades para os canais de credibilidade. Estamos trazendo todos os padrões internacionais e processos de checagem que a CNN possui em seus 40 anos de história. Confiança cria lealdade. Para complementar, trazemos William Waack, o maior jornalista do Brasil”, diz Martins. 

Aliás, Waack também participou do painel e revelou que aceitou participar do projeto por acreditar que ele será referência no mercado. “O futuro está na interação e é isso que vou voltar a fazer na CNN Brasil. Vamos ouvir o que as pessoas estão falando”, diz.

Sobre as Fake News, o jornalista acredita que o fenômeno está associado ao fato do público se sentir órfão. “Fake News não é sobre inventar mentira na política. Isso é velho. A perda de confiança é o que preocupa. A novidade está no fato das pessoas se sentirem órfãos do padrão de referência. É isso que vamos trazer com a CNN Brasil, pois queremos que as pessoas tenham o canal como padrão de referência”, reforça Waack.