O global está cada vez mais local, diz Alexandre Gama

“O global está cada vez mais local e mais pulverizado”. A afirmação é de Alexandre Gama, CEO da Neogama/BBH e CCO global da BBH. Ele foi o convidado do Arena do Marketing Folha/ ESPM, realizado na noite desta segunda-feira (25) no prédio da Escola Superior de Propaganda e Marketing em São Paulo. “Os negócios se tornaram globais e as formas para se conduzir isso têm que ser globais também”, destacou.

À frente do conglomerado desde julho de 2012, Gama contou um pouco de seu desafio. “São sete escritórios e sete culturas completamente diferentes. A Califórnia, por exemplo, é completamente diferente de Nova York e estamos falando de um mesmo país.” Para ele, o grande objetivo é entender o mercado de cada país. “Além disso, minha meta também tem sido tornar as lideranças locais cada vez mais fortes”, ressaltou durante entrevista ao jornalista da Folha de S.Paulo Morris Kachani.

De acordo com o publicitário, para se construir uma rede forte é preciso que ela seja desigual. “Isso porque depende da cultura de cada país. Por exemplo, o que dá certo na Índia muitas vezes não cabe no mercado brasileiro e isso é o que faz uma rede ser forte”, explicou.

Em relação à publicidade brasileira, Alexandre Gama é taxativo ao afirmar que a propaganda de um país é reflexo de sua atual situação. “Falar de propaganda de um país é como se olhar no espelho”, disse o publicitário. Ele citou a publicidade europeia como exemplo. “Na Inglaterra, a propaganda é feita mais para atrair o consumidor do que para empurrar algo”, disse. “Lá, ela é mais visual, mais musical e mais conceitual”, completou.

RENDA
Alexandre Gama também comentou sobre a ascensão de milhões de pessoa à classe média. Para ele, quanto maior o poder aquisitivo do brasileiro, melhor é para a publicidade. “Tudo que um profissional de marketing ou de comunicação deveria querer é a melhor distribuição de renda.”

Outro assunto abordado pelo executivo foram os investimentos que as empresas fazem em publicidade. “A comunicação está dentro da planilha de custos das empresas e não de investimentos”, disse. O grande desafio das empresas, diz ele, é fechar a venda do mês para pensar no seguinte.