O impacto das redes sociais nos Jogos Olímpicos de Paris 2024

Com transmissão multiplataforma, a realização da competição tomou conta do digital com memes e mutirão para os atletas

Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 foram encerrados no dia 11 de agosto, com o Brasil ocupando o 20º lugar no ranking geral, somando 20 medalhas, sendo três de ouro, sete de prata e 10 de bronze.

Como um dos eventos esportivos mais aguardados, os dias de competição foram marcados por diversos momentos que misturaram os mais diversos sentimentos, como raiva, alegria, emoção e frustração.

De acordo com a análise da Ponto Map, entre os dias 24 e 30 de julho, a opinião pública liderou as postagens a respeito do megaevento esportivo, com 52% de impacto e 76% de positividade. No total, foram 2.4 milhões de postagens desde o início de maio, vindas de 701 mil publicadores diferentes, sendo que 95% delas foram feitas só em julho.

Fato é que as expectativas para as Olimpíadas de Paris estavam enormes pela proposta que foi apresentada aos amantes dos esportes. Pela primeira vez na história, a abertura da competição não aconteceu dentro de um estádio, mas meio da cidade. Além disso, a apresentação das delegações também foi inovada e aconteceu no Rio Sena, que foi alvo de críticas ao longo da competição devido a qualidade da água, que fez com que a prova de triatlo fosse adiada.

“Os Jogos de Paris foram um marco de superação, criatividade, coragem e emoção, desde a grandiosa e complexa cerimônia de abertura até os momentos de glória nas competições. A abertura, que habilmente mesclou tradição e inovação (on e offline), estabeleceu o tom de um evento que celebrou tanto o passado quanto o futuro. Houve críticas? Sim, mas, sob a ótica do marketing de experiência, o foco deve se restringir aos detalhes dos shows, à ocupação dos espaços públicos ou aos rituais da tocha e o acendimento da pira olímpica”, afirmou Heloísa Santana, presidente executiva da AMPRO.

TRANSMISSÃO MULTIPLATAFORMA
Além da já tradicional transmissão televisiva, via Globo, a Olimpíada de Paris contou, pela primeira vez, com transmissão online na CazéTV, que produziu quase 800 horas de conteúdo ao vivo, programas e reprises dos jogos.

Segundo dados apresentados pela Datafolha, 57% das 893 pessoas entrevistadas afirmaram que assistiram à competição pela TV aberta, contra 14% na TV fechada, 13% pelo Youtube e 9% pelas redes sociais.

No caso da CazéTV, só no YouTube, o canal somou 216 milhões de horas assistidas desde 24 de julho, quando começaram as transmissões olímpicas. Já no Samsung TV+, foram registrados mais 17 milhões de horas. Segundo a LiveMode, somando os views de todas as plataformas (YouTube, Linkedin e TikTok) a cobertura terminou com 5 bilhões de views.

De acordo com Guilherme Lenz Cesar, head de vendas publicitárias da LiveMode, 18 marcas foram envolvidas no projeto olímpico do canal. “Nossas transmissões e o trabalho conectado a elas nas redes sociais se transformaram em uma grande plataforma de ativação para essas marcas. Ficamos felizes por termos liberdade para sermos criativos e usarmos a nossa linguagem nas produções patrocinadas”, completou.

Já a Globo apontou que 140,4 milhões de pessoas foram alcançadas pelos seus conteúdos olímpicos, que foram divididos entre TV aberta, fechada e digital. Segundo a empresa, a TV Globo atingiu mais de 81% dos lares brasileiros ao longo da competição e a audiência dos Jogos Olímpicos de Paris superou a de Tóquio 2020 em 10%.

Em relação ao sportv, o canal da TV fechada transmitiu mais de 1.200 horas de conteúdo e a audiência dos seus canais foi 3 vezes superior à soma de audiências de outras emissoras esportivas. No digital, juntando ge e Globoplay, o volume de horas consumidas nas Olimpíadas foi duas vezes maior do que em Tóquio 2020.

No total, a emissora contou com 17 marcas patrocinadoras para a transmissão. Na TV TV Globo, garantiram espaço Claro, Corona, Nivea, Piracanjuba, Banco do Brasil e Superbet, enquanto o sportv contou com KTO, XP Investimentos e Netshoes.

Além disso, outras oito marcas fizeram parte das cotas de participação e no Top de 5’’, sendo elas P&G, Unilever, McCain, Suzano, Havaianas, Petrobras, Samsung e Zurich.

ASCENSÃO DOS ATLETAS
As redes sociais desempenharam um papel crucial ao longo de toda a competição e, por meio delas, os atletas viram seus números de seguidores subirem.

O mutirão, puxado pela CazéTV, chegou a impactar mais de 30 atletas, incluindo Gabriela Moneschi, goleira da seleção brasileira de handebol, que passou de 23 mil para 340 mil seguidores, e a ginasta Julia Soares, que subiu de 90 mil para mais de dois milhões de seguidores.

O mesmo aconteceu com o Caio Bonfim, atleta que conquistou a medalha de prata na marcha atlética, que antes da competição ele tinha em torno de 12 mil seguidores e, ao longo dos dias de Olimpíadas, passou para mais de 400 mil.

No contexto geral, a análise realizada pela NetCos mostrou que Rebeca Andrade foi a atleta que mais aumentou sua base de seguidores, seguida por Flavia Saraiva e Beatriz Souza. O levantamento foi realizado entre os dias 26 de julho e 12 de agosto.

As redes sociais também fizeram com que o Comitê Olímpico Brasileiro se tornasse o comitê que mais cresceu nas redes sociais, conquistando mais de 2,5 milhões de seguidores em todas as mídias, com um aumento geral de 42%, um alcance de 72 milhões de engajamento e mais de 1 bilhão de impressões.

“Acreditamos muito no potencial do Esporte Olímpico no Brasil e sabemos do quanto uma operação bem-feita em relação às redes sociais pode potencializar a força do Comitê no curto e longo prazo. Estabelecemos uma linguagem próxima, apostando na interação com os torcedores e em um posicionamento mais leve e jovem”, explicou Bruno Brum, CMO da End to End, agência responsável pela gestão das redes sociais do COB em parceria com a comunicação do comitê.

A torcida brasileira também teve um papel fundamental para o aumento das conversas sobre as Olimpíadas nas redes. Voltando para a análise realizada pela Ponto Map, entre os dias 24 e 30 de julho Ponto Map, houve um aumento do número de postagens nas redes sociais de forma exponencial, com crescimento de 6.083% na média móvel, passando de 4.5 mil para 278 mil.

Os dados também mostraram que o período referente aos jogos foi responsável por 76% do total das postagens e, além disso, também houve um aumento de publicadores únicos, que saltaram de 221 mil para 698 mil no período avaliado.

“O grande destaque desta edição foi o papel das redes sociais. Elas não só aproximaram os atletas de seus fãs, como também amplificaram as histórias de superação, as vitórias e os desafios enfrentados ao longo da competição. A interação em tempo real e a mobilização digital proporcionaram uma conexão global sem precedentes, transformando os Jogos em uma experiência compartilhada por bilhões de pessoas ao redor do mundo. Foi mais um evento de dimensão global onde o live marketing esteve muito presente”, ressaltou Heloisa.

MARCAS OLÍMPICAS
A Ponto Map também apresentou um estudo em parceria com a plataforma V-Tracker que apontou para as marcas que mais foram associadas com os jogos e a Nike, Coca-Cola e Adidas foram unanimidades entre os entrevistados de todas as classes sociais.

“A presença dos patrocinadores foi aprovada por 60% dos brasileiros, com destaque para a geração Z – nascidos entre meados de década de 1990 e início da década de 2010”, afirmou Giovanna Masullo, CEO da empresa.

A pesquisa ainda revelou que 58% das pessoas admitiram que o patrocínio influência de alguma forma a decisão de consumo, demonstrando a importância do investimento em marketing e da interação das marcas com o público nos diversos canais de mídia.

No ranking das marcas, o setor de esportes liderou com 30%, seguido pelo setor de bebidas, com 21%, financeiro com 12% e tecnologia, 6%.

Crédito: Divulgação/COB