O limite do agile marketing reside no agile business

Inbound Marketing, Outbound Marketing, Growth Hacking… Se você nunca ouviu falar destes termos, temo pelo seu futuro profissional caso esteja na área de marketing e comunicação: estas são as estratégias que constroem o futuro da sua área, esteja você trabalhando na profissão ou não. Assim como nossos pais aprenderam na marra a acessar o computador e os filhos desta geração serão programadores, se quiser evoluir na sua carreira é melhor aprender “para ontem” estes conceitos e como se aplicariam no seu negócio.

Basicamente, o Agile Marketing vem para reconstruir toda a atividade da área: menos conceitos, proposta de valor mais robusta, mais ação, controle rígido de metas e foco no crescimento dos resultados. Isso muda toda a percepção de consumo de serviços de marketing – o foco será prioritário, quando não único, em performance. É isso que debate algumas das principais empresas que “catequisam” sobre este tema no país, em pelo menos dois eventos (RD Summit e CASE) que apresentam este novo prisma da atividade de marketing.

Essas empresas apresentam uma perspectiva de desenvolvimento consultivo às organizações que serve como lição: metodologias ágeis, largo uso de ferramentas e métricas para dar lastro a toda atividade de marketing e vendas – lembrem-se que cada vez mais uma influenciará a outra. Tudo isso fora do radar das grandes marcas, que ainda repousam no sucesso de hoje, omissas às novidades que as cercam.

Porém, existe um desafio para o pleno desenvolvimento do conceito de agile marketing, independente do porte da empresa em questão: da mesma forma que não adianta contratar personal trainer para aumentar os músculos sem um tratamento alimentar adequado, a reconstrução dos procedimentos de vendas e marketing serão saturados rapidamente se o modelo de negócio não sofrer revisão, ou mesmo a proposta de valor não for revisada/adaptada para um novo ciclo de crescimento.

Não adianta construir uma máquina de vendas pautada na construção de mailing e conteúdo (inbound), técnicas de contato pessoal (outbound) ou mesmo com novas metodologias de ação. Elas serão paliativas para algo mais grave que o incremento comercial não resolve, que são os parâmetros no core business que impedem que a empresa apresente um ciclo sustentável de crescimento. Qualquer mudança nos principais parâmetros de inteligência de mercado, como macro ou microambiente e temos um negócio obsoleto, que nem a mais assertiva técnica de vendas pode salvar. Ou alguém acha que inbound marketing salvaria a Kodak da falência? Ou pode trazer o Twitter à liderança de publicidade nas mídias sociais?

A soma agile marketing + inteligência de mercado é fundamental para posicionar a área aonde sempre deve estar, mas é questionada pela outrora falta de dados, ações e resultados que possam pautar o departamento como base para o verdadeiro growth hacking: ser a base de sustentação tanto para dar estratégia para a atividade comercial, quanto insumos e direção para as atividades-chave da empresa antever movimentos de mercado e posicionar-se à frente dos concorrentes e dentro do coração dos stakeholders.

João Gabriel Chebante é fundador da Chebante Brand Strategy