O maior erro que as marcas cometem no YouTube
Com a queda de popularidade do Facebook, outras redes sociais vêm ganhando força entre o público e as marcas, como o próprio Linkedin, o Instagram e o YouTube. Enquanto o Instagram tem a vantagem de ser a rede de uso do dia a dia, quando as pessoas estão no celular, o YouTube gera um “ativo” com vantagens em SEO, tanto na busca do Google, como na própria plataforma, que é bem significativa.
Porém, a maioria das marcas falha ao traçar uma estratégia por lá. Enquanto no Instagram e no Facebook os anúncios com impulsionamento ajudam bastante, no YouTube é necessário algo a mais. Analisando os canais e a interação nos vídeos de forma melhor aprofundada, é possível ver que há um erro comum e recorrente.
O problema: faltam vídeos especiais
Em geral, as empresas acertam em ter um canal com conteúdo recorrente, com uma linha de assuntos que tem a ver entre si e também com a própria marca. Porém, falta um vídeo especial. O que o YouTube recomenda em suas boas práticas é o conteúdo chamado de HERO, que é feito esporadicamente para gerar mais engajamento e buzz para o canal.
Uma empresa que implementa soluções de sistemas de gestão, por exemplo, pode e deve produzir um vídeo falando “como escolher a plataforma de gestão para uma empresa”. Porém, dificilmente esse vídeo vai impressionar as pessoas e “viralizar”. Então, junto com esse conteúdo, outros poderiam ser publicados semanalmente esclarecendo dúvidas, como um minicurso de como avaliar softwares de gestão com análise de casos, com comentários de especialistas da empresa.
Com uma boa dose de storytelling e uma boa edição, esse conteúdo pode impressionar por ser algo difícil de encontrar nas redes sociais.
E a viabilidade financeira para isso?
Ok, provavelmente não seja a coisa mais difícil do mundo perceber que se deve complementar conteúdos regulares do dia dia com outros especiais para sair da rotina. Mas como uma marca sem investimentos milionários pode fazer isso? Na verdade, é factível, sim, fazer esse tipo de produção sem grandes investimentos.
Primeiro que, com a atual tecnologia de câmeras, é possível ter um vídeo de qualidade com baixo orçamento. Em segundo lugar, deve-se usar uma estratégia para otimizar ao máximo o tempo de gravação, já que esta é a etapa que costuma consumir muito do orçamento. O ideal é pensar na geração de conteúdo em vídeo para seis meses. Com duas ou três diárias de gravação, em média, já é possível criar material do vídeo especial, o chamado HERO, junto com os vídeos regulares.
Ou seja, com o custo de algumas diárias, já é possível ter conteúdo por seis meses para o canal. No exemplo que eu dei da empresa que implanta software de gestão, as mesmas pessoas que vão ensinar e comentar um case podem também tirar dúvidas recorrentes, tanto sobre a preparação, quanto da implantação, além de deixarem gravada uma série de vídeos de 4 a 8 minutos para os próximos meses.
Outra forma de tornar isso viável é negociar para que a produtora edite os vídeos ao longo dos seis meses e, assim, você possa parcelar os custos mensalmente.
O segredo é a otimização na produção de vídeo
É factível para as médias empresas terem uma presença no YouTube e aproveitar toda sua audiência e benefícios de SEO. Sem contar que, uma vez pensado o conteúdo e feita a captação, é fácil adaptar partes desses vídeos para gerar conteúdo no Linkedin e Instagram também. Ter uma boa estratégia de vídeos online acaba sendo uma oportunidade para se diferenciar dos concorrentes porque poucas empresas, por enquanto, têm a visão de fazer algo focado em resultados, sem que para isso dispense grandes investimentos.
Diego Monteiro é diretor da Smarty Talks, produtora especializada em micro movies e produção de filmes de ficção e documentários para celular. Em 2009, cofundou o software de monitoramento de redes sociais Scup. É o autor do livro “Monitoramento e métricas de mídias sociais”.