O mercado

O mercado é um tipo de organização social que permite a troca de bens e serviços por dinheiro. São atividades comerciais regulamentadas e organizadas sempre que envolvem um número significativo de pessoas. Hoje o mercado é a principal atividade econômica do mundo, pois é nele que se conectam todas as sociedades entre si, independentemente do tipo de governo, cultura e religião. O mercado surgiu com o escambo, passando por moedas de ouro e prata, resultando no formato moderno de moedas e notas.

Um mercado de livre concorrência é ideal quando há tantos agentes econômicos interligados, inter-relacionados, que ninguém pode interferir com certeza sobre o preço final de um bem ou serviço. Ele pode ser autorregulado, suportado pelo liberalismo, e é o sistema mais amplamente presente nos países desenvolvidos. Quando há um único produtor, monopólios ou oligopólios, o sistema entra em tensão e são chamados de mercado de concorrência imperfeita, resultando num risco de totalitarismo muito alto.

Existem diferentes tipos de mercado. O publicitário é composto por profissionais especializados em campanhas e peças de comunicação. Ele trabalha para apresentar um produto ou serviço ao consumidor, promover sua venda, garantir a boa imagem da marca. Pesquisa o perfil do público-alvo, levantando dados como idade, condição socioeconômica, escolaridade, costumes e hábitos de consumo. Faz a arte de embalagens e cria logotipos. Escolhe a abordagem e os meios de comunicação mais adequados à campanha: anúncios, comerciais de rádio e TV, banners e pop-ups, buscas patrocinadas em sites de internet. Cria os textos e as imagens, e acompanha sua produção. Depois da campanha, avalia o impacto da propaganda sobre o consumidor.

No Brasil colonial, a propaganda de boca mostrou ser tão eficaz quanto panfletos colados nos postes ou nas portas que faziam a glória ou a ruína de qualquer um. E é com Tiradentes que o Brasil conhece a primeira campanha política para a independência. Sem a força da TV, do rádio, sem marqueteiros, sem saber o que era comunicação, Tiradentes e suas ideias chegaram a todos os lares brasileiros. Em 1808, com a criação da Imprensa Régia, tivemos o jornal e consequentemente os anúncios. Jornal, classificados e agência de publicidade, esse trio poderoso, entra em cena em 1891. No início do século, o rádio revoluciona a vida brasileira, trazendo jingles, a imaginação e o sonho.

No Brasil, em 1950, chega a televisão, que, como o rádio, revolucionou a vida brasileira. Via Embratel, a TV em cores muda mais uma vez a propaganda. Na mídia impressa, offset e rotogravura abrem caminho para o padrão de qualidade da propaganda. Em 1970, o Brasil começa a marcar presença nos festivais publicitários, internacionais, a propaganda se autorregulamenta, com base na ética no consumidor mais crítico e exigente. A partir de 1980, ganham importância promoção, merchandising, assessorias de comunicação, a internet conquista seu espaço, assim como as TVs por assinatura. Muita história reunida, séculos de histórias e sonhos, refletidos em panfletos, cartazes, jingles, anuncios e comerciais. Ideias, bordões e personagens que invadem o cotidiano.

Fiz essa reflexão para dizer que o mercado publicitário não é o mercado do petrolão; é o mercado de todos nós. Juntos, unidos, com ética, transparência, lisura, educação e respeito. E ele se perpetuará dando exemplos para as próximas gerações. Vamos celebrá-lo e respeitá-lo.

Fábio Wajngarten é especialista em audiência de televisão, fundador e presidente do Controle da Concorrência (fabio@fwmarketing.com.br)