O meu primeiro dia no SXSW e a palestra que não assisti
Se há uma unanimidade em tudo que li sobre o SXSW antes de chegar aqui, sem dúvida alguma, é o famoso (e já desgastado) “FOMO” – fear of missing out. Há quase um terrorismo sobre a necessidade de se planejar para não deixar passar nenhum hot spot. A reboque disso, surgem diversas dicas e fórmulas que vão de grupos de WhatsApp à guides extraoficiais que prometem ajudar nessa árdua missão. E não há como negar: existe mesmo uma avalanche de palestras, mentorias, workshops, ativações, exbições, e etc. No entanto, é preciso assimilar que o SXSW é uma experiência que pode (e deve!) ser vivida o tempo todo, muito além da programação oficial ou do que você tenha se planejado para fazer.
Não que se organizar para assistir a um palestrante de peso deixe de ser importante, mas na ânsia de chegar à uma dessas palestras, você pode não notar, por exemplo, uma instalação que cria poesias em um painel mecânico-analógico a partir de notificações que recebemos todos os dias utilizando produtos e serviços digitais. Ou ainda, apreciar um simples translado de tuk-tuk feito por algum texano sempre muito simpático, que fará questão de te apresentar à um novo som e ter uma boa conversa enquanto você cruza o centro de Austin em busca da próxima palestra perdida.
O fato é: ao longos desses 10 dias de festival, Austin vira um grande experimento de tendências manifestadas em cada canto e parece ser uma armadilha se fixar na paranóia de gabaritar uma possível wishlist.