“O modelo brasileiro de integração entre mídia e criação se mostrou muito eficaz”
Ariel Bergamo, CEO da Mediabrands Brasil, falou também sobre o novo conceito de 'full specialist' da agência
Em abril de 2024, o argentino Ariel Bergamo foi convidado a assumir o posto de CEO da Mediabrands Brasil. Ele, então, chegava ao país com mais de três décadas de experiência na área de mídia - e também com uma missão: impulsionar o crescimento da agência e fortalecer o posicionamento de ‘full specialist’.
“Conectamos a expertise do mundo das agências criativas com ferramentas transacionais de dados e inteligência de negócio”, complementou. Em relação ao mercado brasileiro, Bergamo destacou que se trata de “um mercado historicamente ancorado em mídia” para, depois, falar que a integração da FCB ao ecossistema Mediabrands é uma resposta a essa realidade.
“A FCB passou a ser uma vertical dentro da Mediabrands, reforçando a capacidade de unir criatividade e mídia com dados e tecnologia”, afirmou.
Como funciona o ecossistema Mediabrands?
A IPG Mediabrands opera como um ecossistema integrado de comunicação, que reúne agências especialistas em mídia, criatividade, dados, tecnologia, conteúdo e influência. Cada unidade tem autonomia em sua disciplina, mas todas trabalham de forma colaborativa, garantindo que os clientes tenham acesso às melhores soluções em cada área — sempre com eficiência e visão de negócio. Esse modelo é chamado de “full specialist”, porque conecta talentos altamente especializados em vez de generalistas, diferentemente das estruturas tradicionais de full service. Para o cliente, esta é uma vantagem, pois a experiência é de uma gestão de contas full service, mas com entrega especializada.
O sistema opera apenas no Brasil?
Não. A Mediabrands faz parte do grupo Interpublic (IPG), um dos maiores conglomerados de comunicação do mundo. A rede global está presente em mais de 130 países e conta com cerca de 13 mil profissionais. No Brasil, são mais de 500 talentos multidisciplinares, conectados a esse ecossistema global, mas com forte atuação local e total entendimento das particularidades do mercado brasileiro.
Quais são as agências sob seu guarda-chuva?
No Brasil, a Mediabrands reúne nove unidades de negócio especializadas: Initiative, UM e Mediahub (planejamento e compra de mídia), MullenLowe e FCB Brasil (operações criativas), Magna (inteligência e estratégia de investimento), Kinesso (dados, tecnologia, retail media, performance e martech), MB Creators (influência e conteúdo), Orion (operações financeiras de mídia).
Elas têm operação independente? Em quais áreas?
Sim. Cada unidade atua de forma independente em sua especialidade — seja mídia, criação, dados ou tecnologia. Mas todas estão integradas sob a estrutura da Mediabrands, o que garante colaboração entre áreas e soluções multidisciplinares. Isso permite que cada cliente tenha atendimento sob medida, com diferentes expertises, mas sempre sob uma liderança única.
O que é compartilhado entre as agências?
Além da liderança ser única, as agências compartilham valores, cultura e infraestrutura estratégica, como: sistemas globais proprietários de dados e tecnologia, plataformas de planejamento, compra e mensuração, inteligência de mídia (via Magna), cultura de diversidade, equidade e inclusão, sinergia criativa e colaborativa em projetos integrados (área de produção digital, RTV etc.).
Por que essa estratégia, muito usada fora do Brasil, está sendo aplicada aqui após a absorção da FCB?
O Brasil é um mercado historicamente ancorado em mídia, e a integração da FCB ao ecossistema Mediabrands é uma resposta a essa realidade. Desde 2024, Mediabrands e FCB já atuavam juntas em concorrências e projetos, com excelente recepção. A partir de agosto de 2025, a FCB passou a ser uma vertical dentro da Mediabrands, reforçando a capacidade de unir criatividade e mídia com dados e tecnologia em um mesmo ecossistema. Isso reflete um movimento global da IPG, mas adaptado ao perfil do mercado brasileiro.
Leia a entrevista completa na edição do propmark de 8 de setembro de 2025