O Novo Brasil
Em meio às turbulências de um ano de tristes, lamentáveis e incontáveis constatações, um choque brutal de realidade que passamos décadas fingindo ou evitando ver, estamos agora aqui, em 2015, tentando encontrar uma saída para os nossos problemas. Uma saída para o Brasil. E, definitivamente, se pessoas desistem e se mandam por aeroportos, isso é uma impossibilidade absoluta para países…
Até onde se consegue ver, um processo político complexo em que réus, e, simultaneamente, protagonistas – deputados, senadores e outros políticos –, têm o poder constitucional de encaminhar decisões e reformas, em que uma presidenta agoniza próximo de credibilidade zero, e há necessidade premente de demonstrarmos ao mundo que ainda temos um mínimo de responsabilidade e somos capazes de colocar a casa em ordem.
Mais ou menos como acontece hoje na quase totalidade das empresas. Não apenas pela crise conjuntural do país, mas principalmente pela crise estrutural decorrente de um tsunami tecnológico que mudou por completo o ambiente da vida e dos negócios e em que todas as empresas – sem exceção – precisam se reposicionar.
Como superar os dois desafios simultâneos? Separar os problemas em dois mesmo, porque são dois. Uma equipe para cuidar do dia a dia, do desempenho e dos resultados, garantindo a travessia e a sobrevivência, e outra exclusivamente dedicada a pensar, planejar e desenhar o mapa em direção ao futuro. E as duas trabalhando com igual intensidade.
Esse é o nó que precisamos desatar. Concentrando parcela das lideranças políticas, empresariais, sociais, institucionais, na busca de uma unidade nacional, uma espécie de pacto, que nos garanta minimamente uma travessia suportável. E uma outra parcela, pensando, planejando, desenvolvendo e encaminhando propostas sobre como será nosso país daqui para frente. Ou seja, precisamos ter uma espécie de constituinte permanente, que funcione em paralelo e de forma independente do Congresso e das necessidades do dia a dia.
A primeira providência da segunda equipe é equalizar de imediato todos os brasileiros no ambiente digital. Já que não temos condição de fazê-lo no analógico, vamos fazer já com o digital. Com um plano de Inclusão Digital Ampla, Total e Irrestrita, simultaneamente, vamos adotar a mesma solução de outros países, como a Estônia, e para onde caminham Reino Unido, Israel e Nova Zelândia, com a Identidade Digital.
Em que todos poderão fazer quase tudo, no curto prazo, e praticamente tudo, mais adiante, sem sair da casa, da propriedade rural, do escritório, da empresa. Vai ficar infinitamente mais fácil e possível consertarmos o analógico depois de termos nos estruturado e qualificado no digital. E, nesse sentido, o projeto Login Cidadão, criado e implementado pelo Governo do Rio Grande do Sul, é um benchmark a ser seguido e multiplicado.
É isso, amigos. Não obstante o tumulto, a falta de dinheiro, a situação precária que uma gestão temerária nos levou, não é suficiente cuidar do passado e do presente. Precisamos construir o futuro agora e simultaneamente.
Francisco A. Madia de Souza é consultor de marketing, sócio e presidente da MadiaMundoMarketing