O poder da economia criativa na África

O rapper Jude M.I Abaga afirma que o objetivo é usar o marketing de influência para fazer o bem

A 39 edição do South by Soutwest (SXSW), realizada em Austin, no Texas, tem várias conferências dedicadas à economia criativa O painel ‘How global influencers bring social impact to social media’ trouxe uma perspectiva interessante sobre o mercado de influenciadores na África. Participaram da conversa Erin Thornton, da WRTHY, uma agência voltada para o impacto social, e o rapper nigeriano Jude (M.I) Abaga, um dos mais influentes na região, também fundador da Tasck Agency, uma agência que ajuda a empoderar criadores de conteúdo.

Músico, compositor e produtor, Abaga falou sobre a importância de abrir oportunidades para influenciadores na África fazerem o bem e provocarem uma mudança social na região. “No estágio da vida em que estou, tento criar mais acesso para criadores como eu na Nigéria”. O rapper, ganhador do MTV Africa Music Awards, enfatizou que autenticidade é um dos principais requisitos para um influencer alcançar engajamento. “O criador precisa ter também integridade e um bom coração para fazer algo diferente e o bem para o meu continente”, ressaltou ele.

Abaga frisou que os seguidores percebem quando o influenciador não está sendo autêntico, “porque fazem parte da sua jornada”. Erin lembrou que autenticidade não deve cair no lugar-comum. “Ela pode ter virado uma palavra comum, mas não pode perder o seu significado entre os criadores de conteúdo”.

O rapper nigeriano Jude (M.I) Abaga e Erin Thornton, da WRTHY, uma agência voltada para o impacto social

Destacando que sua carreira sempre foi baseada em sua própria produção – ele tem o próprio selo musical, o Incredible Music –, o rapper afirmou que muitos criadores não enxergam oportunidades porque desejam retorno rápido. “Às vezes, o criador precisa esperar um tempo para atingir a audiência e eu vejo muitas oportunidades. Eu sou criador desde sempre. Muitos influenciadores não veem as reais oportunidades”.

Um dos caminhos, segundo ele, é a formação de parcerias, algo que funciona bem. “Muitas pessoas me procuram para fazer parcerias, mas precisam realmente se comprometer com o trabalho”, avisou ele.

Abaga enfatizou que a economia criativa é para a África o que a tecnologia representa para a Índia, com um mercado em potencial. “Na África, usamos o poder da economia criativa para fazer o bem. É um período muito animador para o continente, com muitos tiktokers, músicos, representando uma grande oportunidade para mostrar a cultura africana para o mundo por meio da economia criativa. Podemos contar uma nova história. Há muitas possibilidades abertas”, finalizou o rapper.