O que inspira Fernando Guntovitch, fundador e CEO da The Group Comunicação?
As formas de aprendizado para o mundo real são recheadas de pragmatismo, tecnicidade e pela busca da efetividade. Isso vale para o âmbito pessoal e, também, profissional. No segundo caso, quem trabalha no mercado de comunicação não pode se distanciar desse tripé para emular os códigos essenciais para as marcas ganharem projeção no mindset dos consumidores.
A criatividade é outro elemento-chave nesse lego mercadológico, mas como trazê-la à tona para o ambiente inspiracional?
Sim é possível, mas a criatividade na comunicação não está limitada à geografia das áreas específicas. Envolve tudo. E todos. Se o processo não estiver comprometido desde o topo da pirâmide, certamente os diretores de criação que cuidam da disciplina ficarão mais limitados, e perdidos, nas propostas para formatar campanhas.
O que quero dizer é que toda arquitetura de trabalho nas agências de live marketing, design e publicidade deixarão de ter brilho caso os profissionais envolvidos não recorram a fontes externas para gerar insights.
Fazer bem feito não é como recorrer a um dicionário para encontrar a definição de uma expressão que não conhecemos. Vai além dessa metodologia. O conhecimento é necessário, mas sozinho não conspira para inspirar.
Admiro muito as novas gerações que não usam tanto a metalinguagem como referência. A comunicação não pode inspirar a comunicação. Os jovens sabem disso e se nutrem por meio de matrizes diversificadas e, por isso mesmo, têm surpreendido o ecossistema com propostas que causam perplexidade. Essa turma está antenada com a música e expressões da arte de forma natural. Ela trouxe à superfície temas como o da diversidade e sustentabilidade com uma naturalidade que nenhuma pesquisa papai e mamãe conseguiu traduzir.
Estudo a cabala com intensidade e tenho conseguido construir e desconstruir teses que se conflitavam entre aspectos físicos e espirituais.
A cabala, até certo ponto, virou moda neste século 21, mesmo sendo praticada e estudada há mais de cinco mil anos. No meu caso, não obstante, tem sido uma métrica cabal para conectar sinapses, organizar ilações em tecidos concretos e, também, compreender o óbvio.
A cabala é metafísica e mística. Religiosa e humana. Une pontos de convergência. Inspira de verdade. Cada um de nós precisa ter ligação espiritual para encontrar o ponto de equilíbrio. Esse propósito garante qualidade de vida e controle das emoções. Ter autodomínio é preciso para evitar tensões desnecessárias.
A cantora Madonna fala que mudou muito desde que passou a se orientar pela cabala. Ela não deixou sua essência, mas seu mise-en-scène agora tem um blend mais cabalístico. Acho que a Madonna mudou para muito melhor.
No meu cotidiano, a cabala me ajuda a tomar decisões de forma consciente.
E consistente. Esse conhecimento não é para repetir mantras e clichês construídos para justificar essa opção por frasistas de plantão.
Essa escolha foi para me resolver. E ativar o meu eu. Não abro mão da cabala. Ela fez a minha cabeça e, se é enigmática e misteriosa, elucidou meus enigmas e mistérios. Sempre fui bem resolvido. E acredito que fiz escolhas certas. Meu casamento, meus filhos, meus amigos.
Mas sempre é bom buscar algo capaz de direcionar nossa bússola para além do provável. Quando lidero reuniões com minha equipe, a ponderação agrega valor. Com o volume de dados disponível qualquer erro é perdoado automaticamente porque vai servir para melhorar e desviar uma ação do limbo.
A tecnologia comprovou que errar é humano. E que isso é bom!
Quando comecei a estudar a cabala logo percebi que é um universo rico. Que traz a história à palma da mão.
Minha inspiração maior é garantir que podemos cumprir metas impossíveis com determinação e a certeza de que tudo pode dar certo.
Fernando Guntovitch é fundador e CEO da The Group Comunicação