De prosa à poesia, tem literatura brasileira, biografia e obras infantis  

Tem Guimarães Rosa. Tem Conceição Evaristo, Carla Madeira. Tem Manoel de Barros e a paixão contagiante de Eduardo Galeano pelo futebol. Tem Elio Gaspari e a sua 'Ditadura Envergonhada'. Tem Haruki Murakami e David Epstein. Haemin Sunim e Mariana Enríquez.

Tem prosa, tem poesia.

O propmark perguntou a criativos das principais agências do país qual tem sido a leitura desse início de ano. Muitos deles têm o hábito de ler mais de um livro por vez. É o caso de Ian Black, CEO da New Vegas, por exemplo — 'Flecha' (Matilde Campilho), 'Madison Avenue Manslaughter' (Michael Farmer) e 'A Ditadura Envergonhada' (Elio Gaspari).

Copresidente e CCO da Africa Creative, Sergio Gordilho está lendo Arthur C. Brooks, 'From Strength to Strength: Finding Success, Happiness, and Deep Purpose in the Second Half of Life'. Gordilho conta que o livro trouxe respostas para quando a indústria pergunta sobre como reter mentes criativas em um mercado atraído por novidades.  

"Quando nos tornamos mestres na vida e no trabalho, cansados em conhecer onde se pisar para chegar mais rápido, percebemos que vale mais a pena investir mais nas nossas relações pessoais e crescimento espiritual, aprendemos o verdadeiro valor do tempo e resolvemos andar ao seu lado ao invés de desafiarmos, passamos a usar nossa experiência para encurtar caminhos e focar no que é importante", disse.

Veja abaixo as obras que estão sendo lidas pelos criativos.

"'From Strength to Strength: Finding Success, Happiness, and Deep Purpose in the Second Half of Life', do Arthur C. Brooks. Uma das grandes questões da nossa indústria é sobre a longevidade, o etarismo na publicidade é um tabu. Onde vão parar as rugas sem botox? Por que no melhor momento de uma mente criativa ela se despede? Essas questões sempre cutucaram meu cérebro... Li muita coisa nas férias no pouco tempo que um pai de quatro filhos tem: de Elon Musk, candomblé, Clarice Lispector e, até mesmo, como jogar xadrez. Mas esse livro em especial que comprei pela capa me trouxe muitas respostas para quando a nossa indústria pergunta como reter mentes criativas calejadas em uma indústria atraída pelas novidades? A partir dos 40 anos, nossa inteligência passa de fluida para cristalizada. Antes dos 40 é algo extremamente comum ser workaholic e virar a noite atrás de ideias mirabolantes, praticamente morando na agência, às vezes até sem motivo. Depois, quando nos tornamos mestres na vida e no trabalho, cansados em conhecer onde se pisar para chegar mais rápido, percebemos que vale mais a pena investir mais nas nossas relações pessoais e crescimento espiritual, aprendemos o verdadeiro valor do tempo e resolvemos andar ao seu lado ao invés de desafiarmos, passamos a usar nossa experiência para encurtar caminhos e focar no que é importante. Transformando o que parecia uma vulnerabilidade, em fortaleza" Sergio Gordilho, copresidente e CCO da Africa Creative 
"Eu tenho dois péssimos hábitos de leitura: leio mais de um livro por vez, o que automaticamente me faz deixar um ou quase todos pelo meio do caminho. Ao mesmo tempo, volto nesses livros, seja diretamente nas notas feitas por mim ou através de materiais relacionados, em outras mídias e outros autores. Tenho a felicidade de estar imerso em três obras fascinantes no momento. 'Flecha', de Matilde Campilho, é uma jornada poética que me envolve em sua beleza e introspecção, com uma dose saudável de absurdos que me encantam demais. Em seguida, 'A Ditadura Envergonhada', de Elio Gaspari, como uma forma de me aprofundar sobre os recantos sombrios da história do Brasil, trazendo à tona uma realidade complexa, com uma abordagem que é ao mesmo tempo literária, documental e jornalística. Por último, 'Madison Avenue Manslaughter', de Michael Farmer, decifra o intrigante mundo da publicidade, com insights afiados e um toque de humor sobre os dissabores dos desafios de uma agênca. Uma ótima leitura para quem está consciente dos tempos de constantes mudanças que estamos vivendo e que vai apenas se intensificar" Ian Black, CEO da New Vegas
"Num piscar de olhos passou o momento mais aguardado do ano, as férias. Veja, não são as minhas férias, são as dos meus filhos! Esse período do ano é um ritual para nós, pois, pegamos um livro e lemos juntos algumas páginas por noite. O eleito desse ano foi “' Fantástica Fábrica de Chocolate', de Roald Dahl, que conta a conhecida história de Willy Wonka, que decide abrir sua fábrica para 5 crianças. É bem divertido. Às vezes é bom ler algo para exercitar e provocar o cérebro, mas de vez em quando é bom colocá-lo para descansar um pouco também. Afinal, férias são férias" Mauro Ramalho, CCO da Publicis Brasil
"Nesse período, aproveitei para retomar a leitura do livro 'O verdadeiro criador de tudo', de Miguel Nicolelis. Para mim, este livro está sendo um desafio de ler sobre algo que não sei absolutamente nada, mas estou adorando. É um livro denso, para abrir a cabeça, ou na verdade, entender nossa cabeça. Ele trata sobre a evolução cerebral. Recomendo. E o próximo que já está na cabeceira é o livro 'Muito acima da média', de Marcelo Apovian. Lelo é um ex-atleta Olímpico, de Olimpíadas de Inverno, maratonista e empresário. Um cara que sabe lidar e chegar na mais alta performance em tudo que faz. Quero ver se ele conta o segredo dele" Rodrigo Lugato, ECD da Talent
"Sempre quando tenho um tempinho disponível, tento dar uma escapada para perto da natureza, seja para descansar, seja para fotografar pássaros – uma das coisas que mais gosto de fazer. Isso justifica o meu interesse no meu livro de cabeceira do final do ano: 'A inteligência das aves', da Jennifer Ackerman. Essa obra divertida e até meia provocativa traz uma mistura de dados científicos com relatos de observadores, que mostram uma revolução no nosso entendimento sobre a cognição dos pássaros. O livro apresenta a 'promoção' da nossa percepção sobre esses bichos: de seres simplórios para animais capazes de adquirir novas línguas, transformar seus cantos, ter sotaques e por aí vai. Não é à toa que eles estão em todos os lugares do planeta" Fabiano Pinel, diretor-executivo de criação da Fbiz
"Li muitos livros infantis com o José. 'A falta que a falta faz', eu e meu esposo fizemos até uma tatuagem e, por isso, o José fica pedindo pra eu ler pra ele. Li também muitos gibis da Turma da Mônica, e ⁠estou lendo 'Mãe, porque você trabalha?', da minha amiga Dani Junco. Estão na minha fila como próximo: 'Meio Sol Amarelo', da Chimamanda, e reler 'Mesmo Rio' da Elisama Santos" Deh Bastos, sócia e diretora-executiva de criação da MAP Brasil
"As férias já acabaram, mas a leitura segue dividida entre dois mundos. Estou na reta final de um monumento da nossa literatura: “O Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa. Uma travessia sertão adentro, onde se encontra de tudo pelo caminho: Brasil profundo, violência, morte, amor, Deus, Diabo, política, guerra de poder e até lições de liderança, sem falar de um léxico sertanejo que exige entrega. Uma dívida antiga que, felizmente, estou pagando agora. Na ponte aérea Sertão-Reino Unido, estou lendo a biografia “Bonzo: John Bonham e a ascensão do Led Zeppelin”, sobre o visceral dono das baquetas do Led. Quanto mais o livro avança, fica mais fácil entender porque ele é o único caso na história da música em que a morte do baterista (não do cantor, nem do guitarrista) põe um ponto final na trajetória de uma das bandas mais icônicas do showbiz" Fabio Mozeli, VP de criação da DPZ
"Nessas férias eu revisitei livros já lidos mas que são, pra mim, uma releitura quase que obrigatória de tempos em tempos: Fazer Acontecer, do Júlio Ribeiro, e De Quanta Terra precisa um homem, de Tolstói", Sleyman Khodor, CCO da VML
"Acabei de terminar o terceiro livro da tetralogia napolitana de Elena Ferrante e pulei para o livro 'Agonia do Eros', do filósofo coreano Byung-Chul Han. Ele fala muito sobre sociedade, produtividade e o consumo e, neste, ele vai destrinchando a maneira que buscamos a conexão com o outro a partir do que nos é igual, como enchemos nossa lista de tarefas e estamos indisponíveis o tempo todo. E com isso, criamos nossa bolha individualista e a nossa sociedade se torna cada vez mais narcísica. Baita autocritica. Esse é uma daquelas leituras que te faz questionar e se questionar. Te faz querer ler trechos em voz alta e espalhar post-its pela casa. Mas minha parte favorita é quando o livro me tira do meu lugar, sabe? E, ao mesmo tempo, me traz algum conforto. Ele me inspira a pensar na forma como construímos nossas mensagens, como consumimos nossa própria imagem e replicamos comportamentos até o infinito. Mas principalmente em como gameficamos nossa rotina e nos tornamos cada vez mais hiperativos, talvez em troca de uma falsa liberdade? Não sei, mas é bom pensar sobre" Amanda Rodrigues, diretora de criação da Ogilvy Brasil
"'Quem matou meu pai' e 'Lutas e metamorfoses de uma mulher', ambos de Édouard Louis. Férias curtíssimas, livros curtíssimos! E maravilhosos: dois livros quase complementares em que Louis faz um relato autobiográfico, sensível e pungente, da relação com o pai e com a mãe. Relações familiares complexas, contadas com afeto, dor e muita sensibilidade. É incrível como, por meio de uma história pessoal, o autor consegue escrever também sobre política, homofobia, feminismo, envelhecimento, desigualdade e muitos temas contemporâneos relevantes. Daqueles livros que ficam reverberando por muito tempo na cabeça e no coração", Denise Gallo, Diretora de Criação da GALERIA.ag
"Não gosto muito de fazer isso, mas muitas vezes o faço: estou lendo três livros ao mesmo tempo. Um deles é "Guerra Mundial Z", de Max Brooks, ex-roteirista do "Saturday Night Live" e filho do comediante e diretor Mel Brooks. Diferentemente do filme baseado nele, o livro aborda a narrativa de maneira interessante, pois combina diversas perspectivas para contar uma história maior: uma crise global zumbi. O livro reúne uma série de relatos de pessoas, matérias jornalísticas, documentos oficiais, e cada um deles contribui para a construção do grande quadro de como a crise foi combatida em várias frentes e momentos. É um "Rashomon" em larga escala. Leitura interessante. Também estou lendo a biografia de Dave Mustaine, fundador do Megadeth, uma banda de thrash metal contemporânea ao Metallica (de onde ele foi expulso semanas antes de gravar o primeiro disco). A jornada de Mustaine, com seus altos e baixos, é um exercício de resiliência criativa. De certa maneira, isso tem um pouco do espírito do dia a dia do nosso negócio, onde enfrentamos constantemente desafios e rejeições. A história dele nos lembra da importância de persistir e se reinventar. E comecei a ler "O Homem do Castelo Alto", de Philip K. Dick. Este romance de ficção científica apresenta uma realidade alternativa onde os Aliados perderam a Segunda Guerra Mundial, e os Estados Unidos são ocupados pelo Japão e pela Alemanha nazista. A história se concentra em personagens que vivem nesta América do Norte dividida e explora temas de autenticidade, história e destino. Um cenário assustador", Alexandre Vilela (Xã) – VP de Criação da BETC HAVAS
“Estou lendo atualmente ‘As coisas que você só vê quando desacelera’, escrito pelo mestre zen-budista sul-coreano Haemin Sunim. Repleto de ilustrações finas e muito bonitas, o livro traz luz à temas atemporais e que fazem parte do dia a dia de todos nós. Com a vida cheia de coisas para fazer e estímulos nos atravessando a todo momento, corremos atrás do tempo, e deixamos de prestar atenção e entender as nossas relações, o nosso trabalho, as nossas escolhas... A partir disso, o autor ensina diferentes caminhos para trilhar e ajudar a acalmar as nossas mentes para viver com mais foco e presença no agora” Felipe Andrade, CCO Cheil Brasil & Latam
"Finalmente estou lendo o livro 'Canção pra ninar menino grande', da Conceição Evaristo. Essa obra já estava na minha longa fila de leitura, mas depois de ouvir o episódio do podcast Mano a Mano em que ela participou, entendi que precisava dar uma "furada na fila". É um romance sobre contradições e complexidades em torno da masculinidade negra, e que passa também por relações afrocentradas, sobre a solidão de mulheres negras, solidão afetiva. Poesia pura. Nunca tinha lido algo nessa direção" Ary Nogueira, Sócio e coCCO da Gana
"No momento, estou lendo 'Negocie como se sua vida dependesse disso', um livro escrito por um ex-agente que se tornou o principal negociador de crises e situações de sequestro do FBI. É uma leitura interessante e ajuda a desenvolver muito a inteligência emocional e, ao mesmo tempo, a intuição, algo que eu acho bastante relevante para qualquer pessoa. Também estou lendo mais dois menorzinhos, mas não menos importantes: "Ideias para Adiar o Fim do Mundo" e "Futuro Ancestral". Foram presentes de minha mãe no final do ano e são de um cara que acho sensacional e, mais do que isso, essencial para o mundo e sociedade: Ailton Krenak" Felipe Cury, partner e CCO de LePub São Paulo
"'Range: Why Generalists Triumph in a Specialized World', do David Epstein. O autor examinou os atletas, artistas, músicos, inventores e cientistas mais bem-sucedidos do mundo. Ele descobriu que na maioria dos campos – especialmente aqueles que são complexos e imprevisíveis – os generalistas, e não os especialistas, estão preparados para se destacar. As pessoas que pensam de forma mais ampla e adotam experiências e perspectivas diversas vão prosperar cada vez mais. Como me identifico pra caramba com esse olhar generalista, estou gostando bastante", ‌ ‌Rodrigo da Matta, diretor-executivo de criação da Lew'Lara\TBWA
"Eu estou lendo 'O Problema dos Três Corpos', do chinês Cixin Liu. É uma ficção distópica que cria tensões psicológicas inteligentíssimas. Uma aula de narrativa pra quem quer aprender a criar histórias que emocionam e atraem" Carol Rosa, CCO da Jones
"No recesso de final de ano. Li a jovem biografia de LeBron James. As 500 páginas provavelmente serão a primeira parte da história da vida desse atleta que hoje tem 39 anos. Pelo ritmo em que ele segue e como ele teve sua personalidade formada, ainda vai longe em negócios, entretenimento, filantropia e... esportes. O que mais me chamou atenção no livro foi conhecer a sua ética de trabalho em toda a sua trajetória. O talento natural é descomunal, somado a essa ética: assiduidade nos treinos, cuidado com os colegas de time, foco na família e no legado do basquete são uma ótima metáfora para a publicidade e suas novas gerações" Flavio Waiteman, sócio e CCO da Tech&Soul
"Curiosamente, meus últimos livros foram escritos por autoras. No âmbito literário terminei de ler um romance, que acredito que fui um dos últimos a fazê-lo: 'Tudo é Rio', da Carla Madeira, além de lindo, é um livro de estreia maduro mostra que nós publicitários, podemos produzir muito mais do que publicidade. Já no lado profissional, estou lendo 'Radical Candor', da Kim Scott, onde a autora tenta achar o meio termo entre o criticismo e empatia a fim de criar um ambiente de trabalho onde as ideias sejam encorajadas cada vez mais. Desconheço se existe tradução para o português, mas se não houver, creio que essa deveria ser realizada imediatamente" Ricardo Dolla, CCO da Dentsu Creative
"Após participar ativamente de uma campanha do Sebrae voltada para o empreendedorismo negro, senti a necessidade de aprofundar minha compreensão sobre identidade racial. Comecei a ler 'Pele Negra, Máscaras Brancas', de Frantz Fanon, uma obra fascinante que aborda questões profundas sobre racismo. Sou filho de pai negro e mãe branca. Apesar de não ter uma pele retintamente negra, enfrentei e enfrento desafios e preconceitos que permeiam essa dinâmica racial complexa. Recomendo enfaticamente esta leitura, pois ela é enriquecedora e transformadora independe do seu tom de pele" Fabricio Batista, diretor de criação da Moringa
"O livro é um que estou relendo: ‘As intermitências da morte’, do Saramago. O livro explora um cenário bem surreal: a Morte decide suspender suas atividades em um país não especificado. Pode parecer mórbido para se ler nas férias, mas é um romance que mistura elementos de filosofia com muita sátira. Enquanto a Morte faz seu protesto, essa interrupção causa um caos inicialmente celebrado, mas que rapidamente se transforma em uma crise. Governos, empresas de seguros, hospitais e famílias lidam com as implicações de uma vida potencialmente infinita. É a segunda vez que a leio (a primeira foi há 15 anos) e estou podendo curtir os mínimos detalhes dessa história, que explora temas profundos como a mortalidade, a ética e a natureza da existência humana, mas faz isso com muita imaginação” Rafael Hessel, diretor de criação da Druid
"As férias foram trocadas por alguns dias, ou melhor, semanas no hospital. Se é que dá pra tirar qualquer vantagem nisso, foi ter mais tempo pra ler. 'Meu Quintal é Maior Que o Mundo', do Manoel de Barros. O incomparável Manoel de Barros explode a nossa cabeça brincando, sem qualquer medo, com as palavras e ideias. É uma leitura simplesmente deliciosa. Aliás, pra quem não o conhece, vale muito assistir "Só Dez por Cento é Mentira". Se não me engano, tem no YT. "Os Perigos de Fumar na Cama" - Mariana Enríquez. Um livro com uma série de histórias de terror da talentosa escritora e jornalista argentina. Estou quase terminando. A história dos ossos mexeu muito comigo. Mas não quero dar spoiler. Super recomendo. E na fila de espera, a biografia do Lebron James. Meu filho comprou pra ler e estou esperando ele acabar. Sou fã" André Havt, Co-managing director da MullenLowe and Creative Lead IPG Mediabrands
"Nessas férias eu viajei para o futuro com o Rohit Bhargava e o Henry Coutinho-Mason. 'The Future Normal: How We Will Live, Work And Thrive In The Next Decade' é daqueles livros que colam na mão e grudam na cabeça. Em vez das previsões muitas vezes exageradas ou superficiais sobre o futuro, os autores convidam a projetar como será o futuro normal a partir de tendências que oferecem pistas valiosas sobre nosso amanhã comum. Um papo leve sobre tecnologia e inovação trocando o ponto de vista "futurist" para o 'now-ist'. Cada página, um insight. Cada enxadada, duas minhocas. Se eu fosse você, não esperaria as próximas férias para ler" Astério Segundo, fundador e CCO da 35
"'Além do Fim do Mundo', de Laurence Bergreen. Para quem curte história, uma aventura imperdível. O livro se passa na época das grandes navegações portuguesas e nos conta como foi a aventura de Fernão de Magalhães em busca de um novo caminho para as Índias. Um relato histórico, muito bem escrito e baseado nos diários de bordo das 6 naus espanholas que partiram lideradas por esse grande navegador português. Você se sente a bordo de uma das caravelas" PH Gomes, sócio e CCO da Greenz
"'A natureza da mordida', de Carla Madeira, autora dos incríveis 'Tudo é rio' e 'Véspera'. "O que você não tem mais que te entristece tanto?" Com esta pergunta, ainda ecoando aqui dentro, Biá, uma das protagonistas, aborda Olívia – até então uma desconhecida– na mesa de um sebo. O romance é dividido em 12 encontros, que alternam a narração de Olívia e as anotações de Biá. É assim que a narrativa vai tecendo a amizade e a história dessas duas mulheres com uma delicadeza e um impacto que arrebatam qualquer pessoa. Como se montassem juntas um quebra-cabeça, feito de questões universais sobre abandono, desejo e a natureza humana, as protagonistas vão saltando das páginas para a nossa vida. Se você já leu a autora, o livro vai superando aos poucos as expectativas, misturando a fluidez de sempre e provocações que envolvem em novos sentimentos. Para quem quer conhecer, é um mergulho profundo na poética do cotidiano, onde quer que você esteja nestas férias" Amanda Lourenço, redatora da Nova
“Recentemente, reli o livro 'Do Que Eu Falo Quando Eu Falo de Corrida', escrito pelo autor japonês Haruki Murakami. Esta obra é uma fusão de reflexões sobre a corrida e a escrita, explorando a relação entre a atividade física e a criatividade. No livro, Murakami compartilha suas experiências pessoais como corredor de maratonas e ultramaratonas, ao mesmo tempo em que aborda questões mais amplas relacionadas à vida e à arte. Ele discute como a disciplina e a perseverança necessárias para se tornar um corredor de longa distância se aplicam também à sua vida como escritor. Acredito que em momentos de renovação e mudanças, essa leitura pode ser especialmente útil para manter o foco, pois estabelece paralelos interessantes com nossa profissão” Victor Keiti, coordenador criativo da Mirum
“Estou lendo dois livros. ‘Equipe Humana’, do Douglas Rushkoff, fala sobre a urgência em pensarmos o futuro de uma perspectiva mais humana. Ele defende a ideia de que ser humano é um esporte coletivo e de que precisamos resgatar a natureza social das conexões - em oposição a uma agenda competitiva e de isolamento que tem dado a batida do desenvolvimento tecnológico e das plataformas digitais ultimamente. O outro é bem mais leve. ‘Fechado por Motivos de Futebolé uma coletânea de textos do Eduardo Galeano que dá um pouco de literatura e tempero sul-americano às histórias e personagens do futebol” Zé Pedro Paz, CCO da DZ Estúdio
"Neste começo ano, estou lendo o livro 'Véspera' da Carla Madeira. Uma escritora que constrói imagens muito poderosas, que você não consegue parar de ler, parece que foi feito pelo algoritmo do tiktok de tão viciante ou de série muito bem escrita. Além de escritora, Carla Madeira também é publicitária. O que deixa ainda mais interessante para o nosso mercado" Toni Fernandes, sócio e coCCO da monkey-land
"O livro 'Lebron', do autor Jeff Benedict (editora Objetiva), é uma biografia deste que é um dos maiores jogadores de basquete de todos os tempos. Mostra a infância difícil, mas o talento nato, e a maturidade técnica, física e psicológica que o atleta alcançou tão cedo. O livro é muito bem construído e narrado, gostoso de ler e com passagens até tensas, sejam na reprodução de um jogo ou momento de vida. Às vezes acho que o autor pinta um Lebron até perfeito demais, quase sem os defeitos e egocentrismos naturais do ser humano, em especial na pele de alguém dessa estatura. Mas, no geral, o livro é muito bacana. São mais de 500 páginas. Estou lendo desde dezembro e ainda faltam 200. Por amar basquete, ganhei esse livro de aniversário do meu amigo Cadu e estou curtindo" Guilherme Jahara, sócio e co-CCO da Dark Kitchen Creatives (DKC)
"Minha leitura atual não é um livro, e sim o entendimento de um conceito: os fotolivros e zines. Essa (re)descoberta esta sendo impactante pelas narrativas e diferentes formatos que seus inúmeros títulos apresentam. Esse conceito está abrindo possibilidades no desenvolvimento audiovisual e formas de apresentar narrativas verdadeiras. A cidade de Nova York tem uma das mais antigas livrarias desse formato, como a @printedmatterinc" Fabio Mergulhão, líder criativo da Onze MC