Omo divide opiniões por pedir fim de 'brincadeiras de meninos x de meninas'

Ao longo da semana do Dia das Crianças, a Omo tem dividido opiniões após, no último sábado (7), convocar pais e mães a “fazerem recall de brincadeiras que reforcem clichês sobre gênero”. De um lado, a marca tem sido criticada nas redes sociais por internautas que a acusam de promover ideologia de gênero e querer mandar na educação dos filhos de seus consumidores. De outro, tem sido elogiada pelo posicionamento e reflexão sobre o tema discutido mundialmente.

Em post e em vídeo, a marca diz que “meninas podem, sim, se divertir com minicozinha, miniaspirador e minilavanderia, mas também podem ter acesso a fantasias de super-heróis, carrinhos velozes e dinossauros assustadores. E meninos também devem ter toda a liberdade para brincar de casinha, trocar fraldas de bonecas e ter coleção de panelinhas”.

“Porque mais importante do que o brinquedo é a brincadeira, a participação dos pais nesse processo e os momentos que vão marcar a vida delas para sempre. Junte-se à OMO na campanha pelo direito de toda criança de se sujar e brincar livremente. Compartilhe seus #MomentosQueMarcam ao longo da semana com a gente. Não deixe o Dia das Crianças passar em branco”, diz a mensagem. 

Muitos internautas elogiaram a atitude da marca de colocar em debate o tema atual e compartilharam suas próprias memórias de brincar com diversos itens na infância. Mas Omo também recebeu dezenas de críticas e ataques nas redes sociais, com movimentos por “deslikes” em seus perfis e no vídeo no YouTube – até a publicação desta matéria eram 38 mil likes contra 230 mil deslikes no vídeo.

Em todas as redes, especialmente no Twitter a hashtag #OmoNuncaMais foi utilizada com comentários negativos. “@OMOBrasil vai cuidar de sabão em pó e outros produtos de limpeza, porque dos nossos filhos cuidamos nós!”, tuitou uma internauta. “Omo sem noção. Querendo mandar na educação dos filhos dos outros”, escreveu outro.

 No meio da polêmica, internautas que não gostaram da publicação de Omo começaram a elogiar seus concorrentes, como Ariel e Ypê. “Agora eu sou #Ypê, pq quer que lutemos em conjunto por coisas serias como a preservação da natureza, e que nos dê a liberdade pessoal de protegemos nossas famílias daquilo que não concordamos, pq respeito nós temos todos, amor nós temos por todos, mas temos o direito de criar nossas crianças em um ambiente familiar e longe de sexualidade, isto elas escolhem quando crescerem. Um Abraço que Deus abençoe a empresa de vcs”, comentou uma seguidora de Ypê no Facebook.

Ao mesmo tempo começou a circular nas redes sociais uma imagem de produtos da marca Ypê com uma mensagem de provocação a Omo. Questionada por internautas no Facebook, Ypê respondeu que a imagem é falsa, mas não comentou o posicionamento de sua concorrente. “Esta não é uma publicação oficial da Ypê. A Ypê não comenta peças publicitárias do mercado e reitera o respeito aos valores individuais de todos os consumidores”, escreveu a marca.

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Imagem com alfinetada de Ypê a Omo é falsa, mas tem circulado nas redes sociais

Outra imagem que integra a discussão mostra uma suposta mensagem da gerência de um supermercado pedindo que clientes contra “a ideologia de gênero” não comprem produtos das marcas da Unilever, da qual Omo faz parte.  “Esta marca, Unilever, possuidora de todas estas outras: Seda, Dove, Rexona, Tresemmé, Lux, Close Up, Axe, Omo, demonstrou recentemente apoiar a ideologia de gênero. Tal ideologia vai contra muitos valores do povo brasileiro. Recomendamos aos clientes cristãos e demais clientes que se sensbilizam com o tema a não compra dos produtos desta marca e substituição por outras de nossas linhas. #DeixemNossasCriançasEmPaz. Agradecemos a compreensão. Atenciosamente, a Gerência”, diz o texto.

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Comunicado foi colado em gôndola de supermercado

Após a repercussão, na quarta (11), Omo fez um novo post reforçando que a intenção do posicionamento é “celebrar que toda criança tem direito de se sujar e brincar livremente, de maneira positiva e saudável”.  

 Ao PROPMARK, Omo envio seu posicionamento oficial sobre toda a questão e reafirmou que há mais de 15 anos promove a importância do desenvolvimento infantil e o livre brincar para o crescimento das crianças. Segundo texto, OMO quis reforçar, no Dia das Crianças, que toda a criança tem direito a se sujar e a brincar livremente como quiserem. Leia  a íntegra da nota:

“Há mais de quinze anos OMO promove a importância do desenvolvimento infantil e do livre brincar para o crescimento das crianças. Em linha com o novo posicionamento de marca que convida as pessoas a não deixarem a vida passar em branco, OMO quer reforçar, no Dia das Crianças, que toda a criança tem direito a se sujar e a brincar livremente como quiserem. Mais importante do que o brinquedo é a brincadeira, o aprendizado e os momentos positivos que resultam desta experiência.”