"Está surgindo um novo veículo no mercado: a televisão"
Essa tal de televisão começou, pra valer, logo depois da segunda guerra mundial. As imagens eram em preto e branco, trêmulas e mal definidas. Foi melhorando com novas tecnologias, passou para cores, depois para alta definição como um verdadeiro cinema e já vem aí com ultra-alta definição que supera a qualidade cinematográfica. De início, ela foi desprezada pelos intelectuais e combatida pelos cientistas sociais. Mas hoje televisão é reconhecida como poderoso veículo de educação, cultura e informação e o seu conteúdo de entretenimento é, sem dúvida, superior ao do cinema. É um veículo rico, plural e diversificado. Temos que prestar atenção nele. Insidioso, espalhou-se por todo o mundo. Não há casa que não tenha televisão. E, também, está nos carros, táxis, ônibus e aviões. Imagine você que, em algumas cidades, como Nova York, por exemplo, a televisão oferece quase dois mil canais através do cabo ou do satélite.
Houve um tempo em que se diferenciava televisão aberta da fechada, programação gratuita da paga, mas logo se percebeu que isso era um equívoco. A televisão é uma coisa só. Quando alguém assina um serviço é para ver televisão, seja ela aberta ou fechada. Isso significa que, ou cresceu o número de televisores ou, no mínimo, aumentou o interesse pela televisão. De qualquer forma, quando isso ocorre o veículo está sendo fortalecido como um todo. O assinante decide o que quer pelo conteúdo e não pelo que é pago ou pelo que não é pago.
O espectador não faz esse tipo de distinção. Já os serviços de pay-per-view e V.O.D. (video on demand) alavancam ainda mais o hábito de ver televisão. Que veículo incrível e complexo. A televisão oferece serviços como a Netflix, Apple, Amazon e Google que exibem filmes novinhos e custam uns dez dólares por vez. Não é uma maravilha? Mas quantos filmes cabem por dia no bolso das pessoas? Três por semana é o “ticket” médio em Nova York. Trinta dólares por semana, ou seja, cento e vinte dólares por mês gastos em filmes pagos. Tá de bom tamanho. Mais do que isso quebra o espectador médio. Assim horas semanais restantes são empregadas para ver canais convencionais. Esses serviços produziram uma sinergia que deu novo impulso a esse veículo que, atualmente, atende pelo nome único de televisão. Nem televisão aberta, nem fechada, nem livre, nem paga, nem por assinatura, nem por demanda, nem por nada, apenas e tão somente: TELEVISÃO.
Se essa discussão está encerrada também acabou a conversa da briga da televisão com a internet. São veículos pertencentes ao mesmo mundo, não são opostos. Do ponto de vista comercial, a grande loja é a internet, mas o maior veículo de publicidade de todos os tempos continuará sendo mesmo a televisão.
Mas o importante é prestar atenção nas mudanças. A televisão está apenas nascendo. É preciso abrir a mente para as novas e incríveis oportunidades que já se oferecem a todos os segmentos. Esse novo veículo que está surgindo exige ousadia.