Loucura é fazer sempre a mesma coisa e esperar um resultado diferente

Ao me convidar para escrever este artigo, meu amigo Armando Ferrentini sugeriu que eu tratasse do momento atual da nossa indústria e do futuro. Não era sugestão, era um desafio. Afinal, o que, de fato, podemos falar sobre o futuro que seja pertinente e inédito? O tal do futuro virou um dos temas mais comentados por especialistas de diversas disciplinas em artigos, palestras, convenções. E, apesar de tantos debates e de tantas opiniões, o futuro continua lá no lugarzinho dele.

Óbvio que não tenho fórmula para antever como será o nosso mercado daqui a 20 anos ou nem mesmo daqui a dez ou cinco. E, para falar a verdade, tenho muito pouco interesse nisso. O que eu tenho, isso sim, é uma absoluta convicção de que melhor do que prever o futuro é ajudar a construí-lo.

Para tanto, temos que nos desafiar diariamente a pensar diferente. Eu não disse melhor, eu disse diferente. Você não constrói futuro algum se não pensar diferente. Essa é minha luta diária na DM9. Milhares de vezes eu falo a mesma ladainha: antes de pensar ou fazer melhor, pense em fazer diferente, depois, e somente depois, pense em melhorar. Porque o pensar diferente é a mãe natural da inovação. Eu posso não saber onde está o futuro, mas tenho convicção de que só chegarei lá inovando.

Inovação e atendimento, como não se cansa de dizer minha querida Luiza Helena Trajano, são as palavras mais estratégicas deste século. Disso eu não tenho a menor dúvida. Atendimento de verdade, nos moldes do grande Comandante Rolim: aqueles que nutrem de verdade o prazer em servir, os que olham e entendem o real problema do cliente e atuam direto nele.

O talento criativo segue como drive relevante e diferenciador para o nosso negócio, mas criatividade é diferente de inovação, e ela sozinha não abre mais a porta do futuro. Essa é a armadilha que vai trazer muito solavanco para as nossas empresas que não entenderem e não agirem de verdade sobre isso.

Para mim, a palavra-chave desse nosso negócio é influência. Estamos no negócio de influenciar pessoas. As marcas, as mensagens e a maneira como nos comunicamos influenciam pessoas. Gosto de dizer que essa tal de influência mora na intersecção de quatro grandes dimensões:

1. Humanidade, a melhor palavra que pude encontrar para definir esse campo que trata dos valores e causas com que as pessoas se identificam.

2. Inovação, é preciso pensar em fazer coisas diferentes com poder de mobilização.

3. Criatividade, porque precisamos continuar a ser relevantes e interessantes.

4. Tecnologia, que tornou possível uma interação humana como jamais vimos e que está apenas engatinhando.

Enfim, para ser arquiteto do futuro, precisa reaprender sobre pessoas, sobre o que elas querem saber e como chegar a elas hoje. Você tem que admitir que precisa reaprender algo que já julga que faz bem. Comece do zero. Tenha a coragem de ousar, de errar, de reaprender. Afinal, como diz um ditado popular: loucura é fazer sempre a mesma coisa e esperar um resultado diferente.

*Copresidente da DM9DDB