Opinião: O novo perfil do profissional de mídia
Ouço essa pergunta todas as vezes que alguém pede uma indicação ou procura saber minha opinião sobre um profissional que já trabalhou comigo.
E a resposta tem sido cada vez mais: sim, está difícil mesmo.
Dificuldade acentuada ainda mais pelo interesse que o profissional de mídia tem despertado em outras áreas da comunicação, como veículos, anunciantes, empresas de pesquisa e tecnologia.
Hoje as possibilidades para a carreira do mídia são muito mais ricas do que em 1997, quando comecei, daí a “natural” escassez desse profissional. Podemos olhar isso como uma crise, falta de formação, ou como uma oportunidade. Eu, particularmente, vejo com bons olhos.
O cenário atual abre caminhos aos novos (e bons) profissionais, ao mesmo tempo em que exige a reinvenção de velhos hábitos. E essa renovação é preciosa demais para ser ignorada.
O futuro exige união entre técnica, tecnologia e vontade de experimentar. E é natural que profissionais com esse perfil estejam bem colocados em suas agências ou tenham ido para uma empresa de tecnologia como Google, Facebook, Yahoo, Microsoft e Twitter.
Por isso mesmo acredito que nunca foi tão oportuno escolher a área de mídia como um caminho na comunicação, porém, nunca foi tão difícil formar esse profissional.
Quando converso com um mídia e menciono palavras como Dashboard, DMP e DSP, na maioria das vezes a pessoa me faz uma “cara de conteúdo” (lembrando uma campanha do Estadão). Meu desafio, hoje, é tirar essa cara de conteúdo, dividindo e buscando novos conhecimentos para minhas equipes, compartilhando tudo e estudando, estudando muito.
Meu maior conselho para quem quer entrar, e permanecer, nesse mercado é: aprenda, estude e compartilhe. Não estará no mercado quem não estudar e não será líder quem não compartilhar.
É, amigos mídias e futuros mídias, a nossa hora é agora.