34% dos pais monitoram seus filhos online, mas isso é suficiente?
Neste 11 de fevereiro, comemora-se o Dia Internacional da Internet Segura, uma data importante para refletir sobre os desafios da segurança digital para menores de idade. Na América Latina, 84% das crianças e adolescentes têm acesso a um smartphone e passam grande parte do seu tempo livre conectados. Entre suas atividades favoritas, 75% assistem a vídeos no YouTube e 65% jogam videogames. Do entretenimento à educação, o ambiente digital é uma parte central de suas vidas. No entanto, à medida que essas interações aumentam, surge a pergunta: estamos realmente protegendo a experiência online deles ou apenas implementando medidas superficiais?
Nesse contexto, as famílias adotaram diferentes estratégias para tentar equilibrar o acesso à tecnologia com a segurança dos U18 ao se conectarem. Os números são claros: 34% usam controles parentais para limitar o acesso a certos conteúdos e 26% verificam o histórico de navegação para detectar possíveis riscos. Esses dados refletem uma preocupação legítima, mas também evidenciam uma realidade desconfortável: o acesso à internet por crianças e adolescentes está cada vez mais autônomo e difícil de supervisionar. Apesar dos esforços dos pais e das famílias, o ecossistema digital avança em uma velocidade que muitas vezes supera os mecanismos tradicionais de controle.
Não se trata apenas de restringir ou monitorar o acesso, mas de repensar a forma como as plataformas, as marcas e os criadores de conteúdo projetam suas experiências digitais para essas audiências. Regulações como a COPPA nos EUA, a LGPD no Brasil e a GDPR na Europa estabeleceram critérios claros para a proteção de dados de menores, mas a pergunta que devemos nos fazer é: essa regulamentação está realmente sendo aplicada no ecossistema digital consumido pelas crianças?
Globalmente, a indústria de tecnologia e publicidade começou a integrar segurança e privacidade no design das experiências digitais, em vez de abordá-las de forma reativa. A publicidade digital, o conteúdo nas redes sociais e as plataformas de entretenimento estão evoluindo para um modelo mais comprometido, que realmente protege o público U18. Não se trata apenas de cumprir normas, mas de criar ambientes digitais seguros, acessíveis e alinhados com as necessidades das novas gerações. Na Kids Corp, temos a missão de construir uma internet mais segura, promovendo o entretenimento, garantindo o acesso universal ao conhecimento e incentivando o desenvolvimento humano das futuras gerações.
Garantir um ecossistema digital responsável e transparente não é apenas uma necessidade, é uma responsabilidade inadiável. Todos os atores da indústria devem participar ativamente no desenvolvimento de um ambiente onde inovação e proteção coexistam, garantindo que crianças e adolescentes possam crescer com liberdade e confiança no mundo digital. É hora de parar de agir por obrigação e começar a agir por convicção.
Pablo Durañona é head de marketing & PR da Kids Corp