A informação e o tempo

Longe de querer chover no molhado falando que tudo está mais rápido e frenético atualmente, quero divagar um pouco sobre o valor do tempo quando desejamos atingir mais profundidade num assunto específico.

Mesmo tendo feito toda minha carreira provocando transformações digitais, estruturando tudo sobre ferramentas tecnológicas, guardo um apreço enorme por publicações impressas.

São talvez a minha maior fonte de inspiração visual até hoje.

E apreciar uma revista ou livro me obriga a entregar meu tempo.

A cada nova Kinfolk, Highsnobiety, Monocle ou Neo2, um novo gap obrigatoriamente se abre na minha agenda, onde paro e foco toda minha atenção em receber informação que escolhi receber.

Como momentos de atenção exclusiva são cada vez mais raros, sinto uma recompensa imediata que me deixa empolgado a levar essa prática para outras áreas.

Tenho também consumido o podcast Acquired onde, por exemplo, o episódio sobre a história da Hermes tem 4 horas.

O da história da Visa tem 3 horas e meia.

Isso me faz viver um longo tempo pensando no que aprendi e reduz a ansiedade de estar por dentro de tudo a todo momento, pois me sinto preenchido por muita informação sobre um assunto só.

É um processo que me acalma.

Consequentemente, isso me afasta de fatos urgentes da semana, reduzindo minha capacidade de interação superficial com as pessoas, mas amplia a profundidade em assuntos dos quais posso falar por longos períodos, ajudando a estruturar pensamentos a longo prazo que são os que mais têm me empolgado ultimamente.

Gustavo Gripe é CEO da Landscape