As mudanças com a TV 3.0

O jeito que assistimos televisão vai mudar radicalmente. Com a chegada da TV
3.0 ao mercado, prevista para 2025, as pessoas conseguirão interagir com o conteúdo, fazer compras a partir do controle da TV e participar de promoções,
por exemplo.

A nova geração de televisão representa não só uma revolução tecnológica, mas também transformará a maneira como o conteúdo é consumido e, por consequência, a publicidade. A interatividade permitirá uma personalização e segmentação de público muito maior, além de ‘inaugurar’ o e-commerce na TV.

A ‘TV do futuro’ - como está sendo chamada pelo mercado publicitário - reserva uma nova gama de possibilidades para venda de anúncios. Os analistas ouvidos pela reportagem do propmark, que publica o Especial TV, pontuam que a TV 3.0 é a quebra da barreira da televisão para o universo digital, representando uma integração total.

Para o mercado de mÍdia, anunciantes e agências, essa integração abre portas para novas formas de monetização, como a publicidade interativa, o t-commerce (comércio eletrônico pela TV) e anúncios em tempo real.

A expectativa também é que, finalmente, o modelo de live commerce - de vender produtos durante uma transmissão online -, que pegou na China, mas ainda não avançou na internet brasileira, decole na nova TV.

“A mudança para TV 3.0 representa uma evolução significativa no mercado publicitário, trazendo novas oportunidades e desafios. A interatividade também amplia as possibilidades para o e-commerce, possibilitando campanhas mais engajadoras e com melhores resultados. Do ponto de vista de dados, também é bastante promissor ao trazer maiores possibilidades de coleta, permitindo uma análise mais detalhada da jornada, acompanhamento de resultados e ajustes, algo que era um fator limitador nas gerações anteriores de TV”, ressaltou Andreia Abud, VP de mídia da WMcCann.
Mídia de comunicação de massa mais influente no Brasil, a televisão alcança 94,9% dos 75,3 milhões de domicílios particulares permanentes no país - isso significa que 71,4 milhões de lares têm pelo menos um aparelho, segundo a pesquisa Pnad, do IBGE.

As perspectivas entre as emissoras brasileiras para a chegada da TV 3.0 são muito positivas. De olho no futuro e nas novas oportunidades, as principais emissoras brasileiras se preparam para liderar essa nova era. A reportagem ouviu representantes da Globo, SBT, Band, Record e CNBC, que revelam os desafios.

A partir de demonstrações das emissoras, o que mais impressiona na TV 3.0 é a qualidade de imagem, transmissão e som, com resoluções de vídeo em 4k e 8k, prometendo deixar todos de boca aberta com o que veremos na tela. A nova tecnologia também terá áudio imersivo e personalizável, que permitirá aos espectadores escolher, por exemplo, o narrador em uma partida de futebol ou ajustar o volume de diálogos em filmes.

“No último dia 6 realizamos, de forma inédita, durante os Jogos Olímpicos Paris 2024, demonstrações tecnológicas para o público interno e convidados focadas no desenvolvimento da TV 3.0. Estamos falando em inovações que envolvem interatividade, personalização, qualidade de imagem e som imersivos, hipersegmentação de conteúdo, além de novas oportunidades de negócios e ofertas para o mercado publicitário”, reforçou Raymundo Barros, diretor de estratégia e tecnologia da Globo.

Ao que tudo indica, a TV 3.0 será democrática, chegará a pequenas cidades e áreas rurais do Brasil, seguindo um cronograma de implementação gradual, semelhante à transição do analógico para o digital, pois envolve troca de aparelhos também. O Ministério das Comunicações informou que a TV 3.0 não dependerá de uma conexão com a internet. Aguardamos com expectativa as novidades. Por enquanto, vamos às análises.

Frase:“A gente está lidando com seres humanos, eles não são perfeitos. A graça que tem na vida é a nossa vulnerabilidade. Se ganhássemos sempre, qual seria a graça? O futebol é como a vida.” (Leila Pereira, presidente do Palmeiras).

Armando Ferrentini é publisher do propmark