Sapiens, o incrível livro escrito por Yuval Noah Harari e considerado um dos maiores best sellers dos últimos tempos, traz em um dos seus capítulos a explicação de que a ideia de progresso é baseada na confiança no futuro. “Nos últimos 500 anos, a ideia de progresso convenceu as pessoas a confiarem cada vez mais no futuro. Essa confiança gerou crédito; o crédito trouxe crescimento econômico real; e o crescimento fortaleceu a confiança no futuro e abriu caminho para ainda mais crédito…”

É difícil falar em ter confiança no futuro diante da pandemia da Covid-19 e da crise sem precedentes causada por ela, que paralisa a economia de países do mundo inteiro e já causou mais de 200 mil mortes. Mas a esperança (principalmente para que encontrem logo a vacina), neste momento, é a única coisa em que ainda podemos nos agarrar. E temos de confiar que haverá um ‘novo normal’ – que ainda não sabemos exatamente como vai ser – e ele vai chegar.

A China, países europeus e alguns estados americanos menos atingidos pela pandemia começaram a reabertura gradual de suas economias e o afrouxamento das regras de distanciamento social. Claro que ainda é cedo para avaliar os impactos, mas conforta saber que essa já é uma realidade em outros lugares. Aqui no Brasil a expectativa é grande. A previsão do governo de São Paulo é que a retomada dos negócios no estado ocorra a partir de 11 de maio, mas a gestão do prefeito Bruno Covas diz não ser possível já flexibilizar a quarentena na capital por causa da baixa adesão ao isolamento social. “Não há qualquer condição de flexibilização com 48% de taxa de isolamento (registrada em alguns dias da semana passada)”, afirmou o governador João Doria. Autoridades de saúde apontam um índice de 70% como ideal para frear o avanço do vírus, mas também pedem que a taxa se mantenha acima de 50% e, preferencialmente, próxima de 60%.

Com o Dia das Mães se aproximando, tradicionalmente celebrado no segundo domingo de maio, também houve uma tentativa frustrada de associações de varejistas de pedir permissão para reabrir as portas em São Paulo antes da data comemorativa – a segunda maior em vendas para o comércio, atrás apenas do Natal. Doria chegou a propor a mudança do Dia das Mães para agosto, mas a sugestão não avançou. O varejo deve perder vendas, mas há quem acredite na força do e-commerce das marcas.

Do lado do mercado publicitário, começamos a observar um leve aumento no número de campanhas. Como disse Hermann Mahnke, diretor-executivo de marketing da GM em entrevista ao PROPMARK, “não é hora de parar de anunciar. É hora de rever a estratégia…” No fim das contas, faltam ações de conscientização orientando claramente a necessidade de as pessoas respeitarem as regras de distanciamento social e usarem máscaras. A mais relevante e com força na mídia no momento é a campanha Usar #MascaraSalva, criada pela Africa para a iniciativa Todos pela Saúde, da Fundação Itaú, para o combate ao coronavírus. No filme, o médico Drauzio Varella pede que a população utilize a máscara protetora, de uma maneira muito empática e enfática. Precisamos mais disso.