De quatro cadernos a quatro pequenos anúncios...
Domingo, Estadão, 9 de junho de 2024. Vou ao Caderno de Empregos. Não tem mais. Tudo o que restou foi 1/16 de página com quatro pequenos anúncios. Definitivamente, acabou...
Minha mãe, saudosa e querida Julieta Madia de Souza, destinou minha vida num anúncio do Estadão, de agosto de 1966. Lá estava escrito, no título, uma palavra estranha. Marketing. E assim se passaram 58 anos e nunca mais fiz outra coisa na minha vida.
Nesse mesmo Estadão desse domingo outra crônica de nova morte anunciada. Página B12, Caderno Link, em manchete, e com a fotografia do Zuckerberg, diz: “Facebook passa a atrair os mais jovens” e afirma que: “Plataforma digital de venda de itens de segunda mão transforma-se em concorrente dos gigantes do comércio na internet, como a Amazon”...
E pensar, também, que muitas outras páginas do Estadão dos domingos dos anos 1970, 1980 e 1990 eram ocupadas pelos classificados... Os números dos “classificados do ‘Feice’” são patéticos, para dizer o mínimo. De seus 3,07 bilhões de usuários mensais, e segundo a plataforma, 1,2 bi são usuários ativos que compram no marketplace. Desbancou todos os demais portais especializados, e hoje já ocupa a segunda colocação, perdendo, por enquanto, e apenas, para o Ebay...
E a razão do sucesso monumental do “Feice” no varejo das quinquilharias é o já que... já que estou lá, já que é legal, já que é fácil de usar, fico por lá mesmo e faço minhas compras... E aí as pessoas comentam, o “Feice” é velho e decadente... será? Depende de para quê... Seu irmão mais novo, o Insta, é melhor para muitas outras coisas, mas, o “Feice” ainda seguirá imbatível para muito mais coisas... E até mesmo a geração Z, que torce o nariz e faz biquinho para o “Feice”, na hora de comprar ou vender quinquilharias...
É isso, amigos. Paro por aqui. A mudança de lugar de classificados de empregos e usados mais que consumada. Fica a pergunta, qual será a próxima mudança?...
2 - Tudo certo, nada decidido, e o caso a caso segue prevalecendo.
A sensação inicial que o home office estava decretado. Que todas as empresas, mais cedo ou mais tarde, adotariam o novo modelo. E assim, durante a pandemia, essa sensação foi prosperando.
Hoje, 2 anos depois, tudo certo, nada decidido, e as dúvidas multiplicam-se. Tem para todos os gostos, formatos e preferências, ou, determinações.
Nos Estados Unidos, por exemplo, em todas as Big Techs crescem os pedidos ou determinações para que seus profissionais retomem os postos presenciais de trabalho. Sim, ainda com alguma flexibilização, mas fica combinado que o trabalho volta a ser presencial. Sim, com pequenas exceções, mas o trabalho volta a ser presencial. Conforme as últimas matérias das principais publicações americanas, Google, Meta, Amazon, Apple, e até mesmo o Zoom, quem diria, têm pedido que a galera volte para mesas e escritórios.
Aqui pelo Brasil um eventual retorno total está fora de cogitação, mas, muitas empresas estão convocando seus colaboradores para jornadas maiores presencialmente. Uma das exceções, que adota um modelo diferente é o Nubank. Criou um modelo próprio que denominam de ‘Nu way of working – O jeitão de trabalhar do NU’. Todos trabalhando a distância e a cada três meses todos retornam aos escritórios por uma semana, numa espécie de 90 por 7.
Falando ao Estadão, e explicando ser essa decisão uma vantagem competitiva, o CTO – chief technology office – Vitor Olivier, declarou, “Quando a empresa vai para o home office consegue contratar pessoas do mundo inteiro...”.
É isso, amigos. Tudo certo, nada decidido, e sem qualquer perspectiva de curto prazo de algum consenso.
Por enquanto, cada empresa segue adotando a melhor decisão para cada momento específico. E assim será, ainda, por muito tempo.
Francisco Alberto Madia de Souza é consultor de marketing
fmadia@madiamm.com.br