Disseram que era difícil, foi lá e fez

O sujeito oculto do título é José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, que, com muito cuidado e aplicação, produziu o livro lançado na semana passada no mercado paulista contando sobre a sua vida e como produziu a mais bem estruturada rede de TV do Brasil, elogiada, inclusive, por autoridades, populações e mercados publicitários de outros países.

O livro, ‘O Lado B de Boni’, é um manual difícil de ser repetido, sobre a história da Globo e o seu sucesso, comemorados dentro e fora do Brasil.

Atrevemo-nos a afirmar que o nosso país seria “menor” sem ela. Para celebrar o lançamento do livro do Boni, uma multidão de empresários e de outras correntes da população foram convidados para um grandioso evento nos salões do tradicional Shopping Iguatemi, em São Paulo, fazendo jus à importância da obra nessa ocasião lançada.

Um documento histórico sobre o lançamento e desenvolvimento da televisão brasileira, uma das mais modernas mundo afora, situando-se nos primeiros lugares do setor no planeta.

O título deste editorial aplica-se, sobretudo, a outra figura fundamental para a televisão, Silvio Santos, agora em outro plano da vida. Fundador do SBT, maior comunicador da TV brasileira, Senor Abravanel (nome de batismo) partiu aos 93 anos, no último dia 17, deixando um imenso legado para fãs, admiradores, funcionários, profissionais da comunicação e toda a mídia.

Em especial preparado nesta edição, o propmark faz uma homenagem ao mito, que deu o seu toque pessoal à televisão brasileira, transformando o SBT na ‘TV mais feliz do Brasil’. O talento para comunicador começou nos primórdios do rádio. Com uma voz impressionante, muito jovem Silvio Santos atraiu a atenção, “pois era o único locutor aplaudido pelas mulheres na plateia após narrar merchandising”.

Essa passagem da vida do ‘homem do baú’ foi contada pelo próprio Boni, que na época foi conhecer o locutor na então Rádio Nacional que estava causando frisson. “O Silvio foi uma das pessoas mais importantes, não só na comunicação brasileira, mas também de caráter, de humildade, de perseverança. E o Boni é responsável por tudo que há de qualidade na televisão brasileira”, declarou Eri Johnson ao Estadão, no lançamento do livro de Boni.

A multifacetada trajetória do carioca Silvio Santos como artista, empresário e apresentador de TV foi lembrada por diferentes veículos na última semana, inclusive a Globo mudou sua programação para homenagear o criador do SBT.

Na noite da morte de Silvio, no sábado (17), exibiu o ‘Globo repórter especial’ sobre histórias da vida e da carreira do apresentador, que estava previsto ir ao ar em dezembro, no aniversário de Silvio Santos. A emissora seguiu o fim de semana com uma programação especial.

A cobertura da Globo surpreendeu muita gente. Impressionaram também as inúmeras homenagens feitas a Silvio nas redes sociais de marcas, artistas, profissionais e entidades de comunicação. A comoção no país só não foi maior porque, honrando o pedido do apresentador, sua família não realizou velório aberto, mas sim uma cerimônia judaica reservada a parentes e amigos.

Além de relembrar a trajetória do fenômeno da TV brasileira,  o especial traz bastidores de Silvio com profissionais do mercado publicitário. Todo mundo tem uma história para contar sobre o grande comunicador ou, pelo menos, uma memória de um domingo em família com o ‘Programa Silvio Santos’.

Executivos do SBT também falam sobre os próximos passos da emissora e como ele deixou o legado encaminhado para as filhas.  Homem de hábitos simples, que começou a vida como camelô nas ruas do Rio de Janeiro, Silvio deixa uma lição de vida para todos  com o seu famoso bordão: “Do mundo, não se leva nada. Vamos sorrir e cantar”.

Frase: “TV é uma obra coletiva. Não fiz nada sozinho” (José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni).

Armando Ferrentini é publisher do propmark