Economia criativa e humanização

Brasil inscreveu 2.037 peças alinhadas com primeiro mundo e marketing transformador

Cannes Lions 2023 enfatizou questões sensíveis para as ponderações mercadológicas das marcas para que elas estejam up to date. Diversidade, equidade e inclusão foram temas que caminharam juntos com a pauta que não quer calar: a inteligência artificial.

O marketing global, porém, transita por esses cenários com olhar perspicaz e criatividade, contando com a cumplicidade das suas agências. O mercado brasileiro, que figura na terceira posição do ranking de criatividade, soube combinar bem o coletivo de profissionais que agregam discursos harmonizados com os anseios de uma sociedade crítica e participativa.

O anunciante é um ator que fomenta a economia criativa, algo que em um país como o Brasil é um oásis de excelência. E que chama a atenção do mundo porque criatividade provoca revoluções por segundo. E transformação! A performance brasileira na edição dos 70 anos do Cannes Lions ratifica que o talento supera desafios e é combustível para trazer as marcas para o dia a dia das pessoas, com comunicação que engaja e proporciona experiência.

As agências e anunciantes brasileiros contabilizaram 92 Leões, incluindo GPs. Que performance! Foram cerca de 30 mil cases inscritos, sendo 2.037 do Brasil, volume que aumentou em comparação com as 1.942 inscrições consolidadas no ano de 2022.

Mesmo peças não premiadas estão no radar por ostentar o asset que eleva a economia criativa do país a um patamar de primeiro mundo, que a ABA tanto estimula.

Cannes trouxe mais uma vez a chama de uma paixão que envolve marcas que buscam lovers propondo diálogo, interatividade e soluções para situações que não estavam na geolocalização do marketing.

Fomentar a inovação, usar tecnologia, destrinchar dados e tratar algoritmos como ponto de partida e de forma humanizada é o X da questão para a indústria.

O ambiente virtual propicia o mood agile para compatibilizar desejos que pulsam e fazem efervescer criatividade.

Os tipos humanos evoluem, mas continuam dependentes do calor visceral que emana do contato real.

Por isso que Cannes segue sendo, muito além do Palais & Leões, sobre pessoas, conversas, encontros, parcerias, reencontros, abraços e risadas.

Como cunhou Charles Chaplin: “Não sois máquina! Homens (e mulheres) é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas!”

Até o Cannes Lions 2024!

Sandra Martinelli é CEO da ABA e membro do Executive Committee da WFA