Empreendedorismo brasileiro
Todo negócio começa pequeno. Por natureza, uma empresa nasce de uma ideia ou, muitas vezes, por necessidade. Nos últimos anos, muito tem se falado do empreendedorismo brasileiro e sua força para movimentar a economia. Impressionantemente, hoje, 20,6 milhões de pequenos negócios equivalem a 99% do total de empresas brasileiras, que respondem por 30% do PIB nacional, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
E, pelo andar da carruagem, esse número deve crescer mais. Em 2021, foram criados quatro milhões de micro e pequenas empresas, alta de 19,8% em relação ao ano anterior, quando foram abertos 3,3 milhões de negócios. O relatório Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2020, do Sebrae e Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ), projeta a entrada de 50 milhões de brasileiros no empreendedorismo nos próximos três anos.
Porém, muitos negócios já nascem condenados e não chegam a completar um ano de vida. O cenário se agrava com a falta de preparo e base educacional dos empreendedores. Se a propaganda é a alma do negócio, ela também deveria ser acessível a esses desbravadores. Porém, a maioria não tem verba para investimento em marketing nem capacitação necessária.
Mesmo a internet, que ajudou muitos pequenos negócios a se inserirem no ambiente digital, traz vários desafios. Nem todos os empreendedores estão preparados para planejar ações conforme a complexidade de recursos ofertados pelo marketing digital. A maioria também não consegue contratar uma agência e acaba buscando a alternativa caseira, que está mais sujeita a erros.
Especialistas ressaltam que o digital não resolve todos os problemas do negócio. Segundo eles, é preciso entender a sua relevância para cada momento, região, oportunidade e demanda. Além disso, criticam as plataformas que estimulam a criação de anúncios por conta própria.
Felizmente, tem surgido no mercado operações especializadas em clientes com verbas reduzidas. A empresa de marketing de influência Squid, por exemplo, acaba de lançar uma solução mais acessível, a Squid Go. A Agenzia Marketing, fundada em 2020 pelos irmãos David e Matheus Mendes, também nasceu para democratizar a presença digital dos pequenos. Já a martech Grow Up, criada pelo economista Guilherme Camaratta, ajudou mais de cem mil pequenas empresas nas redes sociais.
Como diz a famosa frase popular, “o brasileiro não desiste nunca”, é inegável a força econômica do empreendedorismo no país. Em março, a atividade econômica de microempreendedores e autônomos cresceu 11,98% ante fevereiro, atingindo 68,98 pontos, revela o Índice SumUp do Microempreendedor (ISM).
O PROPMARK é resultado de uma ideia visionária deste editorialista quando lançou, em 1965, a primeira coluna sobre propaganda e marketing do Brasil, que daria origem posteriormente ao jornal. Prestes a completar 57 anos em 21 de maio próximo, este veículo de comunicação especializado é a prova viva de que é possível empreender mesmo diante das dificuldades, sem nunca deixar de sonhar. Mas, vale dizer que todo empreendedor precisa entender a importância do marketing como ferramenta poderosa para o crescimento de um negócio.
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Movimentação
A movimentação está intensa nas agências brasileiras. Na última semana, o Publicis Groupe anunciou o lançamento da empresa especializada no universo dos games Publicis Play. A nova operação será dirigida no Brasil por Eduardo Lorenzi e Maurício Almeida, respectivamente CEO e VP de mídia da Publicis, juntamente com Fabio Brito, VP de atendimento da Leo Burnett Tailor Made.
Teve também mudança no comando da Talent Marcel, que divulgou a chegada de Lica Bueno como CEO e a nova função de João Livi, que passa a chairman. Já a WMcCann apresentou a sua nova identidade visual e atualizou a sua missão: “Construir a plataforma de marcas que expresse um papel significativo por meio da criatividade.” Por fim, a Wunderman Thompson acaba de comunicar a conquista da conta integrada da SumUp, empresa global de meios de pagamento.
Armando Ferrentini é publisher do PROPMARK