Feliz 2026 e um ótimo 2030!

Devemos acreditar no prevalecimento do bom senso e nas ações de cada um de nós

Com o ano 2026, começa um quinquênio decisivo para a humanidade. 2030 não é apenas mais um início de década, não é uma data cabalística ou coisa assim.

É o ano que se estabeleceu como limite para alcançarmos melhores condições de vida no nosso planeta.

Durante a COP21, realizada em 2015, em Paris, aconteceu a assinatura do Acordo de Paris e a criação dos 17 ODS da ONU, os objetivos de desenvolvimento sustentáveis.

E 2030 foi o ano estabelecido como meta para alcançarmos esses objetivos. O primeiro objetivo, o ODS 1, trata da erradicação da pobreza, o ODS 2, da erradicação da fome, e assim por diante...

Já se passaram dez anos, 2/3 do tempo estabelecido como razoável para perseguirmos os objetivos. E o que conseguimos foi muito pouco.

Um exemplo angustiante é o fato de termos ainda perto de 800 milhões de pessoas passando fome no mundo.

Uma nova economia, baseada na manipulação de dados, concentra ainda mais a riqueza nas mãos de poucos, aumentando a desigualdade e trazendo junto o efeito colateral de perdas de emprego.

É claro que não podemos conter o processo evolutivo baseado na inovação constante. Mas deveríamos concebê-lo de forma a beneficiar a humanidade como um todo.

Empresas conscientes já realizam seu planejamento estratégico levando em conta o impacto das suas ações.

As perguntas-chave que essas empresas fazem ao conceber novas ações, processos ou no desenvolvimento de novos produtos são:

1- Como essa ação ou produto vai impactar ambiental ou socialmente a sociedade? Se as respostas preverem impactos positivos, ótimo! Sinal verde!

Mas se as respostas tiverem senões ou impactos indesejados, voltemos ao planejamento e tentemos reverter tais efeitos negativos.

2- Como nossas ações podem contribuir com o atingimento de objetivos expressos nos 17 ODS? Há empresas que só planejam suas ações tendo os ODS como pano de fundo.

Essa empatia e respeito socioambiental deveriam ser valores naturais de todos os administradores de empresas, de instituições e de governos. Aliás, deveriam fazer parte do pensamento e atitude de cada um de nós.

Já sabemos que os ODS não serão cumpridos até 2030. No meio do caminho apareceram novos conflitos internacionais, governos negacionistas, xenofobia e intolerância.

Ficamos também um tanto quanto anestesiados pelo surgimento do conceito de inteligência artificial, atônitos e impassíveis perante o volume de recursos destinados à corrida por data centers, novos chips e capacidade de processamento de dados.

Números estratosféricos que, somados àqueles destinados à guerra, poderiam ajudar no atingimento dos ODS, caso tivessem alocação mais nobre.

Temos então apenas cinco anos até 2030. Na questão ambiental, durante a COP30, realizada no Brasil, tentou-se obter um compromisso mais sólido quanto à reversão das emissões de gases de efeito estufa e uma atualização das NDCs (Contribuição determinada a cada país signatário do Acordo de Paris).

Houve um bom número de resoluções e algum avanço, tratando de uma transição justa e uma adaptação possível, sem porém tocar no sensível ponto da diminuição planejada do uso de combustíveis fósseis.

O poderoso lobby da indústria petroleira e a visão negacionista da maior economia do mundo deixam o quadro nebuloso, mas devemos acreditar no prevalecimento do bom senso e nas ações de cada um de nós.

Quero então desejar um 2026 muito positivo para você, sua família e seus negócios. E que exercitemos empatia e ativismo por um mundo melhor: no ano que vem, em 2030 e sempre!

Alexis Thuller Pagliarini é sócio-fundador da ESG4
alexis@criativista.com.br